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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

O discutível consenso em torno do Papa Francisco

Levantamento mostra que maioria esmagadora das menções ao falecido líder da Igreja Católica nas redes são positivas

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 abr 2025, 10h17

A morte do Papa Francisco gerou comoção global e um raro consenso positivo nas redes sociais. A pedido da coluna, a agência Ativaweb, especializada em comunicação digital e big data, levantou as menções ao pontífice após sua morte e avaliou o teor das citações. O resultado: 94% das menções foram positivas.

Foram cerca de 18 milhões de interações nas principais redes, o Facebook, o Instagram, o X (antigo Twitter) e o TikTok. Usando inteligência artificial e processamento de linguagem natural, a agência identificou que a maior parte das menções estavam em mensagens de homenagem, de reconhecimento do legado e em palavras de carinho, destacando Francisco como um símbolo de diálogo inter-religioso e justiça social.

As citações neutras, segundo o levantamento, foram 5% do total. Estão nesse grupo conteúdos informativos e históricos. As mensagens negativas foram apenas 1%, com críticas isoladas e teorias conspiratórias.

Das quase 18 milhões de interações registradas nos dois dias analisados (21 e 22 de abril), 58% das interações aconteceram em plataformas do grupo Meta (Facebook e Instagram). Outras 31% ocorreram no X. E 11%, no TikTok.

O relatório identificou dois principais tipos de busca. O primeiro é de buscas que tinham por objetivo confirmar que Francisco havia morrido, por meio de termos como “Papa morreu”, “Papa Francisco faleceu” e “Morte do Papa Francisco”. Outro grupo se relaciona a buscas históricas, com termos como “João Paulo II”, “Papa Bento XVI” e “Papa Francisco idade”. “Esses termos apontam para um comportamento digital comum em grandes eventos: a tentativa de confirmar rapidamente os fatos e contextualizar a história do personagem envolvido”, explica o cientista de dados Alek Maracajá, responsável pelo estudo.

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Para a coluna, é espantosa essa quantidade ínfima de menções negativas, dado que o histórico da Igreja Católica é de séculos de práticas contrárias às principais mensagens que, agora, são atribuídas ao Papa Francisco. É preciso lembrar que, como instituição, a Igreja perseguiu, torturou e matou minorias e integrantes de grupos críticos à sua doutrina.

O próprio Jorge Mário Bergoglio tem, em parte, um passado controverso, com um episódio nunca totalmente esclarecido sobre suposta omissão na prisão de dois padres ligados à Teologia da Libertação pela ditadura argentina.

Sim, o papa Francisco foi melhor que a maioria dos colegas de papado que lideraram a igreja, vide o fato de ter sido um ambientalista, mas poderia ter tentando mudar mais coisas dentro de um sistema ainda muito opressor.

É discutível, portanto, esse consenso em torno do agora falecido Papa Francisco. Lembremos, inclusive, que esse ambiente das redes sociais é o mesmo no qual se propagam com facilidade os absurdos do Trumpismo e do Bolsonarismo contra a ciência e qualquer tipo de conhecimento científico – uma espécie de efeito manada em que não há racionalidade nenhuma.

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