Ao afastar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do cargo, Alexandre de Moraes deu a mais clara sinalização de que prenderá seguidores fanáticos e criminosos de Jair Bolsonaro – mas não só eles. O ex-presidente e seus ex-ministros que coloquem as barbas de molho, como diz o ditado português.
Ao classificar o vandalismo como “desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às instituições republicanas”, Moraes afirmou que a destruição das sedes dos Três Poderes só “poderia ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”.
Com toda razão, o magistrado apontou “descaso e conivência” de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e agora ex-secretário de Segurança do DF, cuja responsabilidade na destruição dos órgãos de Estado será apurada. Esse deve ser o primeiro e mais próximo auxiliar de Bolsonaro que será preso.
O próprio governador do DF – linha auxiliar de Bolsonaro na capital – poderá ir para trás das grades após Moraes tirá-lo do cargo e apontar sua incompetência em não proteger a Praça dos Três Poderes dos bolsonaristas.
Mas é preciso lembrar que Alexandre de Moraes quer ir além: descobrir quem está financiando os movimentos golpistas que se organizaram nas portas dos quartéis por todo o Brasil após a vitória de Lula e a derrota de Bolsonaro.
A ideia é tentar descobrir se há uma ligação deles com Bolsonaro e de Bolsonaro com eles, para além dos muitos incentivos dado durante o mandato presidencial que maculou a democracia brasileira ao defender atos violentos da ditadura.
“A Democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler”, afirmou Moraes.
Os movimentos nazifascistas brasileiros, que desestabilizaram o país produzindo este 8 de janeiro da infâmia – a maior vergonha desde o golpe de 1964 e o ato institucional Nº 5, em 1968 -, serão cassados até a punição. Assim como aqueles que levaram o país a viver as mazelas de movimentos totalitários de direita.