O erro de Bolsonaro na Europa e a intromissão do seu filho Carlos
Ou... o presidente brasileiro confirmou em viagem internacional o que não queria confirmar
O que chamou a atenção nos pronunciamentos de Jair Bolsonaro e Viktor Orbán, primeiro ministro da Hungria, em Budapeste, foi a comitiva ministerial que entrou um pouco antes da fala dos dois chefes de Estado.
Junto com ministros de Estado, no mesmo nível de destaque na cerimônia, estava o vereador Carlos Bolsonaro. É uma total anomalia.
Apesar de ser filho do presidente e ser acusado de atuar no gabinete do ódio, Carlos Bolsonaro não era um integrante da equipe técnica.
Era o alto comissariado do governo federal, como o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o general Braga Netto, outros ministros de Estado e… quem? O vereador filho Zero Dois de Bolsonaro.
Já no discurso, o que chamou a atenção foi a repetição do lema de inspiração fascista, pelos dois chefes de Estado. “Deus, Pátria e Família”, a mesma do líder integralista brasileiro do século passado, Plínio Salgado.
Eles acrescentaram “liberdade” depois do lema, mas tanto Bolsonaro, um defensor de ditaduras, quando Viktor Orbán, que usa o governo para reduzir todo o espaço da liberdade, inclusive de imprensa, dão obviamente outro significado à palavra.
Em resumo, apesar das duas viagens terem ocorrido para tentar mostrar que Bolsonaro não está isolado politicamente… o que se viu foi a confirmação desse isolamento – ao se reunir com os dois líderes exemplos de ameaças à democracia, Vladimir Putin e Viktor Orbán.