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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

O gesto solitário de Zambelli para escapar da Justiça

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jun 2025, 13h00

Ao que parece, a fuga de Carla Zambelli do Brasil foi um ato calculado. A deputada deixou o país poucos dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão. Saiu sem avisar aliados, sem consultar sua defesa e sem qualquer expectativa concreta de apoio institucional. Disse que buscava tratamento médico. Depois, que pretendia morar na Itália. No fundo, fugiu antes que a sentença virasse cela.

O ministro Alexandre de Moraes não teve dúvidas ao classificar o gesto: Zambelli “fugiu do distrito da culpa”. Decretou sua prisão preventiva, bloqueou passaporte, contas bancárias, redes sociais e encaminhou à Interpol o pedido de inclusão do nome da parlamentar.

A parlamentar afirma possuir cidadania europeia e que, por isso, não será extraditada. Mas o argumento ignora precedentes, como o de Henrique Pizzolato, extraditado da Itália mesmo com passaporte europeu. Especialistas confirmam que a extradição é juridicamente viável — ainda mais quando há sentença transitada em julgado ou tentativa de obstrução da Justiça.

O gesto de deixar o Brasil parece ter sido motivado por uma percepção clara: Zambelli sabia que seria presa. A retórica de resistência — que vinha sendo usada para mobilizar apoio — deu lugar ao silêncio.

Nenhum pronunciamento de aliados, nenhuma nota do partido, nenhum respaldo público. Até o advogado, Daniel Bialski, abandonou a defesa alegando “foro íntimo”, e não voltou a representá-la.

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No campo cível, os problemas se multiplicam. A ex-deputada Manuela D’Ávila acionou a Justiça pedindo o bloqueio de bens de Zambelli para garantir o pagamento de duas condenações por danos morais. Uma delas diz respeito a uma montagem com chifres e olhos vermelhos, publicada por Zambelli com a legenda “esquerda genocida”. A Justiça considerou o ataque ofensivo e deliberado.

O episódio que motivou a condenação criminal também revela mais impulso do que método: um mandado de prisão falso, assinado por Alexandre de Moraes contra ele mesmo, inserido no sistema do CNJ por um hacker a mando da deputada. O texto incluía a frase “faz o L”. Durante o julgamento, Cármen Lúcia falou em “desinteligência natural”; Moraes preferiu simplificar: “burrice mesmo”.

Sem defesa técnica, sem base política e agora sem liberdade de circulação, Zambelli tenta sustentar a imagem de perseguida. Mas a narrativa desidrata na mesma velocidade com que se multiplicam os efeitos colaterais da fuga. A Câmara pode declarar vacância do cargo por abandono de função. E a Justiça, como já demonstrou, segue funcionando — mesmo quando o réu tenta escapar pelo terminal de embarque.

Zambelli deixou o Brasil não como mártir, mas como alguém que percebeu — tardiamente — que o fim da linha já estava no horizonte. E que, desta vez, não havia ninguém do outro lado do portão para segurá-lo aberto.

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