Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

O grande erro do PDT no reduto eleitoral de Ciro Gomes

Cientista política comenta como a decisão do PDT, que começou a ser forjada numa sala cheia de homens, tirou Izolda Cela da corrida pela reeleição no Ceará

Por Débora Thomé
Atualizado em 26 jul 2022, 11h58 - Publicado em 21 jul 2022, 17h49
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste
    Ciro Gomes, Izolda Cela e Carlos Lupi, durante encontro de lideranças do PDT, em Fortaleza. (Foto: Partido Democrático Trabalhista/Twitter)

    Dia desses, um cientista político estrangeiro me escreveu perguntando: “Afinal, o que acontece no Brasil que não se conseguem eleger mulheres governadoras?” Ele pesquisa política peruana, mas o desvio de rota é tamanho que acabou impressionando até mesmo quem não acompanha o dia a dia da política brasileira. 

    Esta semana, pensando sobre esta pergunta feita há alguns meses, minha vontade era de enviar a ele todas as reportagens que mencionavam a decisão do PDT do Ceará de não permitir que a atual governadora, Izolda Cela, fosse a candidata ao governo do estado.

    Para lembrar, em 2018, no Brasil, apenas um estado, o Rio Grande do Norte, elegeu uma mulher; Fátima Bezerra, pelo PT. Em 2014, também fora somente uma: Suely Campos, em Roraima, pelo PP. Em 2020, nas eleições locais, só uma capital, Palmas (TO) elegeu uma mulher: Cinthia Ribeiro, do PSDB, engravidou durante o mandato e descobriu que não tinha direito a algum tipo de licença-maternidade, teve que fazer um quarto para o filho na prefeitura e seguiu trabalhando.

    Izolda Cela é uma mulher com ampla experiência em políticas de educação, agenda pela qual o Ceará é conhecido internacionalmente, dada a experiência da cidade de Sobral, de que ela foi uma das peças-chave. De fato, Izolda, nas pesquisas, não estava à frente do candidato bolsonarista, Capitão Wagner, no entanto, quando eleitoras e eleitores eram informados de que ela tinha o apoio do presidente Lula, esta dinâmica se transformava totalmente, com a candidata liderando.

    Sempre que pesquisamos sobre a baixa representação feminina, sabemos que uma parte da explicação está no fato de que é difícil eleger quem ainda não tem uma trajetória política (e, de fato, muitas mulheres ainda a estão construindo); ou seja, é mais fácil que sejam eleitos aqueles que já tem cargos e um histórico no partido.

    Continua após a publicidade

    O caso de Izolda Cela é justamente o oposto: há, pelo menos, 20 anos, ela vem traçando seu papel dedicado à política, no mesmo partido. Fica evidente que ela seguiu a trajetória esperada para uma candidatura de sucesso, além de estar no cargo. A decisão do PDT, que começou a ser forjada numa sala cheia de homens, como mostraram as imagens, interrompe o natural percurso político de uma mulher com capacidade de se eleger.

    Podem-se buscar outros motivos para a decisão do PDT – e, certamente, há. Porém, neste pacote, o viés de gênero, ou mais popularmente, o machismo desempenha um papel eloquente. São os caciques dos partidos mostrando sua pior faceta, para a qual estamos alertando nos últimos anos, que impede que mais mulheres tenham, realmente, chances nos cargos mais altos da política.

    * Débora Thomé, cientista política, colabora com a coluna ocasionalmente 

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.