Ministros do governo Lula informaram à coluna que há margem para a perfuração prospectiva em um poço de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. A possibilidade gerou desgaste entre duas alas da gestão Lula 3, em maio.
Na época, o Ibama negou a licença ambiental para a Petrobras realizar a pesquisa. A empresa pretende fazer uma perfuração para saber a qualidade do petróleo e a viabilidade da operação na regIão a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e a 160 quilômetros da costa do Amapá.
A decisão colocou em lados opostos Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e um grupo grande de governistas, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente da estatal do petróleo, Jean Paul Prates, e lideranças do norte e nordeste do país, como o senador Randolfe Rodrigues.
Para esse integrante do primeiro escalão do governo Lula ouvido pela coluna, a negativa do Ibama se refere a uma tentativa da Petrobras ainda sob ideário bolsonarista. E que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente tem razão em um ponto, a contingência de 24 horas em um caso de um vazamento. Não havia um plano para conter os danos ambientais.
O bloco desejado pela petroleira fica em águas ultraprofundas, com fortes correntes marinhas, espécies ameaçadas de extinção e outras desconhecidas, além de recifes de corais recém-descobertos. Um eventual vazamento de óleo também gerar um incidente internacional, chegando em países vizinhos em menos de dez horas, segundo o órgão ambiental.
Nesta semana, o imbróglio ganhou novo capítulo. Como mostrou a coluna Maquiavel, a Advocacia-Geral da União (AGU) soltou um parecer que, na prática, retira um dos pré-requisitos para que a a perfuração aconteça. O estudo da AGU pode iniciar o segundo round do embate entre as alas governistas de Lula.
A ver…