Uma das coisas que Jair Bolsonaro mais gosta de fazer para medir sua popularidade é ir a jogos de futebol. A equipe do presidente, inclusive, sabe disso e se preocupa quando ele resolve – aqui e ali – aparecer em uma partida.
Pois bem.
Neste domingo, 17, Bolsonaro foi fortemente vaiado no jogo entre Santos e Coritiba, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro.
Quem vê todos os vídeos com atenção percebe que, sim, havia alguns poucos apoiadores de Bolsonaro que evitaram vaias num uníssono ainda mais humilhante, mas os protestos contra o presidente foram claramente maiores.
É da tradição política a aparição de líderes em eventos públicos, como jogos de futebol, shows, concertos, mas isso pode se tornar um grande tiro no pé.
Em 2014, na abertura da Copa do Mundo no Brasil, a então presidente Dilma Rousseff colocou o governo numa enorme saia-justa ao ser vaiada de forma estrondosa em um estádio… e para o mundo inteiro ver.
Reportagens da época lembram que os xingamentos contra a presidente foram ouvidos em dois momentos: após a chegada de Dilma ao estádio e depois da execução do Hino Nacional.
Na ocasião, a equipe da ex-presidente ficou dividida se ela deveria ir ou não – até por se tratar de um evento internacional. Depois se arrependeram da decisão de colocá-la nos holofotes naquele dia.
Óbvio que, por ser uma Copa do Mundo, o problema se tornou mais grave, até pela repercussão internacional das vaias à presidente brasileira.
Mas, no âmbito nacional, Bolsonaro tomou uma invertida bastante importante neste domingo, ao ver o resultado in loco dos muitos erros de seu governo.
O presidente hoje vai se recuperando nas pesquisas, mas ainda tem uma avaliação muito negativa contra ele.
A última rodada do levantamento Ipespe mostrou que 52% dos brasileiros acham o atual governo ruim/péssimo, 20% avaliam como regular, enquanto 28% acham-no ótimo/bom.
Ontem, Bolsonaro deu azar.
Estava no lugar errado, tomou uma vaia que está viralizando na internet (ao contrário do que imaginou) e presenciou sua impopularidade.
Um tiro no pé em um ano eleitoral, que promete ser disputadíssimo.