O Brasil é muito grande, bem maior que o presidente Jair Bolsonaro. Em Glasgow, na Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-26), o país estará representado por indígenas, lideranças empresariais e todo o tipo de cientista que busca mostrar o óbvio: o tamanho do verde e amarelo quando o assunto é meio ambiente.
Mas particularmente hoje, nesta segunda, 1º, é o dia em que os chefes de estado apresentam ao mundo algum caminho ou saída, enquanto claramente os efeitos das mudanças no clima são sentidas em todo mundo. Nunca foi tão urgente ouvir as lideranças, além da trocar informações sobre o tema, que é o motivo de existir da COP.
É neste contexto que Bolsonaro leva os brasileiros a mais um fiasco internacional. O presidente está na Itália, onde foi visitar a terra do bisavô, e não será ouvido sobre o tema na reunião de cúpula da COP-26.
Protagonista natural de uma discussão climática porque sempre foi importante no tema, o Brasil é detentor da maior parte da maior floresta do mundo, como sabemos. O Brasil possui ainda a maior quantidade de água doce, com 12% do total existente no planeta, mais do que alguns continentes. É gigante, portanto.
Enquanto isso, Bolsonaro não vai à COP-26, após se mostrar totalmente isolado no G20 e sem qualquer traquejo para um evento importantíssimo para as culturas bilaterais. O presidente ainda deixou seus seguranças agrediram jornalistas, que é o que ele também estimula no Brasil de forma absurda e abusiva.
Mas, voltando ao tema principal, o que os chefes de estado têm a dizer sobre o meio ambiente hoje? Bolsonaro gravou um vídeo para passar no salão principal da cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, mas a direção do evento decidiu não colocar, obviamente. Joe Biden e Boris Johnson, além de outros chefes de estado, falam presencialmente nesta segunda-feira.
É um evento para se estar de forma presencial. O vídeo produzido pelo governo brasileiro, com as declarações do “nosso” chefe de estado, passará apenas no pavilhão do Brasil na COP-26. É inacreditável. Bolsonaro decidiu conversar com ele mesmo. Até porque só governa para os seus radicais para reforçar o movimento bolsonarista.
Trata-se de mais um retrocesso deste governo. O Brasil praticamente criou as COPs – conferência das partes sobre mudança climática da ONU – na Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, como quiserem chamar. O movimento, ao menos, nasceu aqui, no Rio de Janeiro. Mas o país não fará parte da discussão e do movimento desta vez.
É que, como dito, na mudança climática, o Brasil é grande por sua própria natureza. Mas Bolsonaro renunciou a este tamanho pela pequenez negacionista de sua alma. Parece que a tristeza não tem fim.