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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O papelão inacreditável de André Mendonça

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 Maio 2022, 10h17 - Publicado em 21 abr 2022, 11h59
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  • O ministro André Mendonça ainda não entendeu o tamanho do cargo que ocupa.

    Onde já se viu um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ir às redes sociais se justificar sobre um voto que deu em um julgamento – no caso, o do deputado Daniel Silveira, aquele que queria fechar a própria corte em que o magistrado trabalha?

    Pois foi exatamente isso que o ex-ministro da Justiça e ex-AGU de Jair Bolsonaro fez para rebater criticas dos eleitores da extrema-direita brasileira sobre seu sensato voto pela condenação do parlamentar bolsonarista/extremista que ameaçou seus colegas de toga do STF.

    Explico: é que logo após o fim do julgamento que condenou o criminoso parlamentar, as redes sociais foram inundadas pelas hostes bolsonaristas com críticas e ataques contra André Mendonça por ele ter votado pela condenação de Daniel Silveira.

    Ora, André Mendonça jurou proteger o STF e o estado de direito a qualquer custo. Vergonha mesmo seria votar como Nunes Marques, que inocentou o deputado extremista.

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    Mas, voltando, vejam o que disse André Mendonça para se justificar:

    “Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas”, afirmou primeiramente o ministro, como mostrou o Radar.

    O pastor-magistrado do Supremo continuou:

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    “Como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio.  Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”.

    É inacreditável que um ministro se ache no dever de ter de explicar um voto para um grupo político. É ainda mais grave quando ele se dirige justamente para esse grupo político que o colocou na mais alta corte do país.

    Até onde vai a falta de discernimento (entre outras coisas) dos bolsonaristas brasileiros? Eu não sei, leitor. Quem sabe você descobre e me conta…

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