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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

O que esperar da guerra entre Lula e Bolsonaro na TV

Se o cenário de 2018 se repetir, redes sociais terão mais força do que o horário eleitoral gratuito

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2022, 11h45 - Publicado em 19 ago 2022, 19h16

O ex-presidente Lula é o candidato à Presidência da República com o maior tempo de televisão e rádio da disputa pelo Palácio do Planalto. A propaganda eleitoral começa no dia 26 e o petista terá 3 minutos e 39 segundos em cada bloco. Seu principal adversário, Jair Bolsonaro, terá 2 minutos e 38 segundos de tempo de TV e rádio.

Antes, o tempo de propaganda eleitoral era o maior fator de cobiça entre os candidatos à Presidência. O movimento para conseguir grandes coligações e aumentar o período de exposição era intenso.

Desde 2018, no entanto, essa realidade mudou. Com apenas 8 segundos de tempo de televisão, Bolsonaro venceu as eleições com a estratégia de crescer nas pesquisas através das redes sociais, usando o espaço gratuito da internet para fazer seu nome.

Em 2018, o tempo de TV se tornou insignificante para os eleitores. Em 2022, ainda não dá para saber se esse cenário vai se repetir.

Para ter uma ideia de como a propaganda eleitoral não teve influência nas últimas eleições presidenciais, o então tucano Geraldo Alckmin, que tinha o maior tempo entre os candidatos e falava por 5 minutos e 32 segundos, obteve 4,76% dos votos válidos, o equivalente a pouco mais de 5 milhões de votos.

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Bolsonaro, com seus 8 segundos, conseguiu 46,03% dos votos no primeiro turno, o que é equivalente a 49 milhões de pessoas, e transformou as redes sociais no ativo mais importante da campanha.

Cientistas políticos ainda não têm uma resposta conclusiva sobre a importância do tempo de TV e rádio na disputa deste ano, mas o fato é que os dois principais candidatos terão tempos maiores e certamente usarão isso para intensificar a polarização, que já é marcante nessas eleições.

A candidata Simone Tebet, que se apresenta como uma última opção da “terceira via” – mas patina com 2% das intenções de voto nas pesquisas -, terá o terceiro maior tempo de televisão e rádio, com 2 minutos e 10 segundos. Mesmo com a força das redes sociais, Simone pode usar o tempo que tem nos meios de comunicação tradicionais para fazer seu nome conhecido e tentar puxar alguns votos.

O cenário de 2018 pode se repetir, mas ainda não dá para cravar essa ideia. Na dúvida, os candidatos devem usar seu tempo da melhor forma e aproveitar cada segundo que têm para mostrar seus projetos para melhorar o país.

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