
O presidente Lula tomou, nos últimos dois meses, o maior revés de popularidade desde o início de sua trajetória política no ABC paulista. Nunca antes na história do ex-líder operário uma pesquisa revelou um nível de reprovação tão grande para o esquerdista mais conhecido da América Latina.
Nem no auge do Mensalão do PT, quando vídeos do Banco Rural mostravam integrantes de sua base aliada indo buscar dinheiro vivo em agências, a reprovação ao seu trabalho foi tão alta.
Não é pra menos.
Foi Lula quem nesta semana atacou a classe média quando mais precisa dela. Lula também acumula uma série de gafes em seu terceiro mandato presidencial, com decorações machistas, racistas, etaristas, entre outras.
Nesta sexta, 14, o Datafolha mostrou que, entre dezembro e fevereiro, a aprovação do líder petista desabou de 35% para 24%. Segundo a série histórica do instituto, que perdeu credibilidade com erros nas últimas eleições, o patamar é o mais baixo em suas três passagens pelo Palácio do Planalto.
É recorde também a reprovação do presidente: pulou de 34% a 41%.
Das questões que mais marcaram negativamente o governo nos últimos meses estão a taxação do Pix, criada pela oposição, a inflação de alimentos e o eterno problema da pauta de costumes.
Lula perdeu popularidade em segmentos que têm o histórico de meio século de apoio ao Partido dos Trabalhadores, como os brasileiros que ganham até dois salários mínimos, ou mesmo no Nordeste.
No Palácio do Planalto se fala abertamente que a mudança na Comunicação Social do Governo, com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, vai estancar esse sangramento na confiança da população no governo. Mas o que se vê são erros sequenciais de Lula, que não mudaram após a mudança ministerial.