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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

O significado histórico dos 27 anos e 3 meses de prisão de Bolsonaro

Fundamental para o amadurecimento da democracia, condenação do ex-presidente e generais protege futuras gerações

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 set 2025, 00h25 - Publicado em 11 set 2025, 21h12

O momento é histórico. Um país que nunca puniu tentativa de golpe de Estado, neste 11 de setembro de 2025 condenou oito réus, um ex-presidente e generais quatro estrelas a pesadas penas de prisão, começando em regime fechado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, aquele mesmo que um dia gritou “queria dizer aos canalhas que eu nunca serei preso”, está condenado a 27 anos e 3 meses, sendo dois anos e seis meses em regime fechado.

Mas o que significa tudo isso para o futuro? Continua a pressão pela anistia no Congresso Nacional. Há o risco de que um novo governo eleito acabe levando a um decreto de indulto, se a direita vencer em 2026.

O tempo dirá.

A questão mais importante, leitoras e leitores, é que o tamanho da pena neste momento mostra a força da democracia, do Estado de direito e de um judiciário independente dos outros poderes.

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Além dos ataques à democracia, agora comprovados pelo STF, o ex-presidente tripudiou da população brasileira que sofria na pandemia — momento mais dramático dos últimos anos.

“Vai ficar chorando até quando?”, dizia Bolsonaro, gerando enorme revolta em quem acredita na ciência (como resposta) e numa terra redonda. Por esse crime, ele sequer respondeu.

Esta coluna apontou muitas vezes que o ex-presidente cometia delitos, não respeitava valores universais, fragilizava as instituições brasileiras e era covarde com a imprensa (e jornalistas).

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Por isso, o espaço virou alvo de ataques de apoiadores radicais e do próprio ex-presidente.

Um país com um histórico golpista desde a fundação da República, sempre com o envolvimento das Forças Armadas, precisa agora olhar para o espelho e entender que finalmente militares de alta patente e da reserva, como Bolsonaro, estão condenados por conspiração contra a Constituição.

E isso não é qualquer coisa.

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Passamos pela fundação da República, por 1904 (a “revolta” da Escola Militar da Praia Vermelha), 1922 (o “movimento dos 18” do Forte), 1924 (a “revolta paulista”), 1930, 1932, 1937 (o “golpe do Estado Novo”), 1945 com a derrubada de Getúlio Vargas, 1955 contra JK, Jacareacanga, Aragarças e 1964, a noite mais sombria do último século. Agora, o 8 de janeiro…

O que aprendemos?

Quando não há justiça o mal retorna das sombras. Pode estar vestido com outras roupagens ou trajes, mas volta a assombrar aquilo que temos de valor mais fundamental: a liberdade!

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Presos na ditadura, meus pais nunca tiveram justiça pelos crimes cometidos contra eles em quartéis do exército. Seus direitos fundamentais foram violados. Descobri, como jornalista e escritor, quem eram seus torturadores, mas, além da exposição dos nomes, nada mais aconteceu.

Mesmo após a tortura, os assassinatos, a ocultação de cadáveres, os opositores cassados, o Congresso fechado, a imprensa censurada, ministros do Supremo sendo trocados em plena luz do dia, o próprio STF, este que agora condena o líder da extrema direita, achou por bem não derrubar a anistia de 1979. Uma vergonha.

Hoje, nesta quadra histórica, a mesma corte decidiu não deixar impunes os golpistas da era moderna, viúvas da ditadura militar, incluindo a maior delas – sim, Jair Bolsonaro. É hora de entender o momento histórico, olhar para frente e acreditar em um futuro sem tentativa de golpe.

Que meus filhos Mariana e Daniel possam olhar para trás e saberem que a dor de seus avós não se repetirá. Um país que pune severamente golpistas solidifica valores democráticos. 

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