O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu mudar a estratégia e permanecer em silêncio em relação ao recurso apresentado pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, no final de novembro.
A postura é diferente da que Moraes vinha adotando. Até então, o ministro estava sendo rápido em responder às tentativas golpistas do PL. Em um dos casos, demorou apenas 17 minutos para se manifestar.
Agora, decidiu esperar e disse a interlocutores que não tem previsão de tomar a decisão sobre o pedido jurídico mais importante para o PL, de Valdemar da Costa Neto.
Como antecipou a coluna, o partido do presidente Jair Bolsonaro recorreu da decisão de Moraes que bloqueou R$ 22,9 milhões do fundo partidário após entrar com ação que contesta o resultado das urnas.
Pediu que o valor da multa seja de apenas 10% do montante transferido mensalmente à legenda. No recurso, o PL chegou a argumentar que o bloqueio do valor oferece “risco de graves e irreparáveis danos e inviabilidade do funcionamento do partido político”.
O silêncio de Moraes tem um motivo. O ministro quer deixar o tempo correr porque todas as suas decisões estão repercutindo muito e, consequentemente, impactando as manifestações nas estradas e em frente aos quartéis.
Moraes decidiu fazer menos marola no mar agitado da democracia brasileira.
Mais de um mês após o fim da eleição, bolsonaristas insistem em protestar contra a vitória de Lula. Talvez o silêncio de Moraes ajude a arrefecer o movimento antidemocrático que tenta tumultuar o país às vésperas da posse do novo presidente.