A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, fez um pedido à corte que pode piorar ainda mais a situação jurídica de Jair Bolsonaro, hoje bastante delicada.
Enquanto Dias Toffoli havia, de forma surpreendente, arquivado os pedidos formulados após o relatório final da CPI da Covid-19, incluindo crimes de infração de medida sanitária e de epidemia, Cármen levou a discussão para o plenário e quer ouvir os outros magistrados do STF.
Ou seja, vai colocar um holofote na questão, o que provavelmente politizará o debate sobre como o ex-presidente se portou na pandemia.
Nada mais justo! Até por que, além de Toffoli, alguém tem dúvida que o líder da extrema-direita infringiu regras na pior pandemia do século? Espero que não.
Trata-se agora, apenas, de uma questão de coerência dos 11 (ou, por enquanto 10) ministros do Supremo. O país testemunhou a forma nefasta como Bolsonaro se portou enquanto as famílias brasileiras empilhavam mortos.
É bom que a mais alta corte do país analise o tema com lupa. Na verdade, neste caso, o Supremo ganhou uma segunda chance de fazer Justiça. Não conseguiu na primeira vez com Toffoli.
Provocada por Randolfe Rodrigues e outros senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito, Cármen tirou o julgamento do plenário virtual e colocou no plenário físico. Parabéns, ministra.