Cármen Lúcia assumiu o Tribunal Superior Eleitoral pela segunda vez em sua vida enviando recados para a extrema-direita brasileira comandada por Jair Bolsonaro e seus filhos.
Não houve meias palavras.
Após elogiar efusivamente Alexandre de Moraes, descrevendo-o como determinante para realização de eleições presidenciais “seguras, sérias e transparentes”, Cármen Lúcia começou a falar dos “antidemocratas”.
“A atuação deste grande ministro Alexandre de Moraes foi determinante para a realização de eleições seguras, sérias e transparentes no momento de grande perturbação provocada pela ação de antidemocratas, que buscaram quebrantar os pilares das conquistas republicanas dos últimos 40 anos”, disse ela lendo o quarto paragrafo do seu discurso.
A magistrada não parou por aí – seja na exaltação de Alexandre de Moraes, seja nos recados ao papel da extrema-direita nos últimos anos no país.
Sobre o colega de toga afirmou que seu nome ficará para sempre na história por sua atuação “firme e rigorosa” contra as fake news e em favor da preservação da democracia brasileira. Depois, voltou à carga novamente contra o bolsonarismo.
“O que distingue esse momento da história de todos os outros é o ódio e a violência, agora utilizados como instrumentos por antidemocratas para garrotear as liberdades, contaminar escolhas e aproveitar-se do medo como vírus a adoecer, pela desconfiança, as relações de cidadãs e cidadãos”, disse Cármen Lúcia.
A ministra não poupou os principais aliados da extrema-direita no mundo: os donos das big techs, muitos deles atuando em prol do ideário do grupo político.
“Um dos desafios contemporâneos, e que ocupa parte da ação da Justiça em geral e da Justiça Eleitoral no Brasil especificamente, para que não prospere, a mentira espalhada pelo poderoso ecossistema digital das plataformas é um desaforo tirânico à integridade das democracias”, afirmou Cármen Lúcia primeiramente, antes de fazer a crítica final.
“É um instrumento de covardes e de egoístas. Por essas mentiras, se busca contaminar a dignidade civilizatória conquistada até o presente pela garantia dos direitos humanos”.
Cármen Lúcia definitivamente não aceitará a pecha de que não soube fazer o enfrentamento contra as narrativas falsas, o que levou alguns de seus colegas magistrados a desabafarem com a coluna nesta segunda, 3.