A última rodada do Genial/Quaest traz um dado importante sobre os efeitos das medidas eleitoreiras do presidente Jair Bolsonaro na intenção de voto dos brasileiros que recebem o Auxílio Brasil.
O presidente vinha desenhando um cenário estável entre os eleitores que recebem o auxílio. De junho para julho, no entanto, essa trajetória mudou positivamente para Bolsonaro, segundo a pesquisa.
No mês passado, 21% dos eleitores que recebem auxílio indicavam voto no atual presidente. Em julho, esse índice subiu para 25%, um aumento importante de quatro pontos percentuais. Ao mesmo tempo, o ex-presidente Lula saiu de 60% de intenções de voto em junho para 58% em julho, queda de dois pontos percentuais.
Entre os eleitores que não recebem auxílio, o cenário é estável tanto para Lula quanto para Bolsonaro. O petista tinha 44% de intenções de voto em junho e agora tem 42%. Bolsonaro tinha 31% das intenções no mês passado e passou para 32% em julho.
A variação entre os que recebem auxílio mostra que a notícia de aumento no valor do benefício puxou votos para Bolsonaro, segundo o cientista político Felipe Nunes, ouvido pela coluna. “Quando eu abro o dado, foram as mulheres que receberam com mais euforia a notícia do possível aumento no auxílio”, disse Felipe Nunes. O presidente reduziu a vantagem de Lula entre as mulheres.
Nos próximos meses, deve ficar ainda mais claro o impacto dessa estratégia nos votos do presidente.
A PEC Kamikaze, que está prestes a ser votada pela Câmara dos Deputados, é uma apelação do atual governo para tentar ganhar votos. Fere a lei eleitoral.
A equipe de Bolsonaro encontrou uma forma de furar o teto de gastos sem responder por irresponsabilidade fiscal e espera colher os frutos dessa maluquice nas urnas em outubro. Pelo visto, a estratégia começou a funcionar.