Sob os gritos de “Lula ladrão”, o Congresso impôs uma enorme derrota ao atual presidente e uma grande vitória a Jair Bolsonaro, o líder inelegível da oposição.
Tanto a Câmara quanto o Senado derrubaram, nesta terça, 28, vetos de Lula às saidinhas dos presos em datas comemorativas, como a Páscoa e o Natal.
O presidente havia deixado a permissão para os detentos visitarem suas famílias, como medida de ressocialização, e pediu a líderes no Congresso e até aos ministros de estado para se empenharem na manutenção do benefício.
Deu tudo errado.
A oposição conservadora liderada pelo clã Bolsonaro, sob um olhar permissivo de Arthur Lira, depositou 366 votos contra o veto de Lula, sendo 314 na Câmara e 52 no Senado.
Assim, derrubaram o veto do petista e trancafiaram mais os presos, que agora só podem sair, se quiserem, para estudar. Nada de encontros com familiares.
Como se não bastasse a humilhação, os parlamentares mantiveram o veto de Jair Bolsonaro à punição por fake news nas eleições. Deram ainda mais votos pró Bolsonaro do que contra Lula.
Vocês sabem o que isso significa, leitor.
Que o governo Lula atravessa um deserto para tentar construir uma base no Congresso, não é novidade. Acontece desde o dia 1 do terceiro mandato do presidente.
Mas barrar a tipificação do crime “comunicação enganosa em massa”, com votos do União Brasil e do PSD que, em tese, são base do governo, demonstra o tamanho da dificuldade da articulação do Lula-3.
Mentir nas eleições se transformou num ativo político da extrema-direita. Agora ganhou ainda mais dramaticidade sem uma legislação para coibir esses abusos.
Líderes desses dois partidos – União Brasil e PSD – atuaram abertamente contra Lula e a favor de Bolsonaro, dando um duro recado ao atual presidente.
Mais claro que isso, impossível.