Por que Mourão voltou a bater continência para Bolsonaro
Ou: o general que voltou a abaixar a cabeça para o capitão
O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a bater continência ao presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, o general novamente abaixou a cabeça para o capitão.
Nesta quarta, 22, Mourão afirmou que “os governadores, lamentavelmente, atravessam o samba” criticando líderes estaduais que estão tentando negociar, antes do governo federal, a compra de vacinas para imunizar crianças de 5 a 11 anos.
O vice-presidente continuou na sua busca de agradar Bolsonaro. “Como foi aquela questão da compra daquela vacina russa que acabaram não comprando, não é?”.
A crítica é direcionada ao governador de São Paulo, João Doria, desafeto do atual presidente, que busca negociar com a Pfizer a aquisição de imunizantes para vacinação de crianças, enquanto o governo negacionista posterga a chegada das vacinas aos braços dos miúdos.
Mas por que um novo alinhamento com Bolsonaro e em um tema que as pesquisas mostram que é amplamente contrário ao que a maioria da população pensa e age?
Mourão sabe que não estará na chapa Bolsonaro como candidato a vice em 2022. Ele mesmo, o vice-presidente, já admitiu que uma candidatura ao Senado é estudada.
Segundo integrantes do governo, o gás para essa candidatura voltou a aumentar nos últimos dias.
E a equação da equipe do vice-presidente é que, mesmo que Bolsonaro perca a eleição ou que esteja com a popularidade lá embaixo, Mourão necessitará dele.
Mais precisamente dos votos dos eleitores fiéis e radicais do presidente para tentar se eleger.
O que se espera em Brasília, depois de ontem, é que o movimento de aproximação do vice com o presidente aumente nos próximos meses.