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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Por que o pacote de Haddad está paralisado

… e pode se tornar o novo calcanhar Aquiles de Lula

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 nov 2024, 21h43 - Publicado em 12 nov 2024, 19h25
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  • O conjunto de medidas de ajuste fiscal do ministro Fernando Haddad está parado. E no mesmo lugar que outros pacotes com o mesmo objetivo.

    O principal problema a travar o plano é cada ministério acreditar que seu orçamento não pode ser tocado. Mas, para fazer um ajuste que realmente diminua os gastos públicos de um Estado inchado como o Brasil, é preciso mexer nas despesas e nos programas ineficientes.

    Recentemente, surgiu outra questão paralisante: a dos militares. Desde o começo das medidas, o governo federal já estudava o que cortar nas despesas dos servidores do Exército, Marinha e Aeronáutica.

    Os Ministérios do Planejamento e da Fazenda fizeram várias simulações, com propostas de mexer na aposentadoria dos militares e acabar com a pensão vitalícia das filhas de militares.

    A questão das filhas, aliás, é sempre um assunto muito controverso. Em 2001, Fernando Henrique Cardoso acabou com a mamata, mas quem já estava em uma das forças pode optar por continuar contribuindo para que a filha recebesse a pensão.

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    Ocorre que a contribuição é muito pequena para uma despesa grande. Imagina alguém que fosse jovem em 2001, que só depois foi pai de uma menina e vai se aposentar. Quando morrer, a filha vai receber a pensão pelo resto da vida.

    Fato é que o Estado carrega, durante mais de meio século, por décadas, esse custo. É correto isso?

    Os militares defendem que muitos contribuíram e que agora têm o direito conquistado. Então, a discussão está nesse ponto.

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    Os ajustes são necessários, mas ninguém quer mexer no próprio orçamento.

    Quando um país precisa de um pacote de redução de gastos, e não faz isso direito, pode ter como resultado um tiro pela culatra: incerteza no mercado, alta do dólar — que aumenta o preço de quase tudo — cresce a inflação, e quem empobrece? Os mais pobres.

    Se não der certo será mais um calcanhar de Aquiles de Lula.

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