O mais novo movimento do presidente Jair Bolsonaro de fingir ser um político razoável não durará uma live (talvez duas, vai) porque hoje é quinta, ou uma passagem no cercadinho.
A carta escrita com a ajuda do staff do ex-presidente Michel Temer, na qual Bolsonaro tenta negar o que fez dois dias atrás, será mais uma farsa. Em Brasília, já se chama de “o recuo como farsa”, inclusive.
Como já mostra o mercado financeiro, o principal índice de ações da Bovespa, a B3, passou a operar em alta logo após Bolsonaro divulgar a Declaração à Nação, na qual diz que não tinha intenção de agredir os outros poderes.
Ao mesmo tempo, o dólar teve forte queda. A moeda norte-americana recuou quase 2%, sendo vendida a R$ 5,2. Trata-se da felicidade do mercado financeiro com o faz de conta do presidente da República. O mercado adora o auto-engano.
Acreditar, a essas alturas dos acontecimentos, que Bolsonaro é democrata e nunca quis ferir os outros poderes é como acreditar…
A gente poderia pensar que é como acreditar em Saci Pererê, ou no Curupira, ou no Boitatá, quem sabe na Cuca. Mas o nosso folclore merece mais respeito.
Por isso, a melhor comparação para a improbabilidade de um Bolsonaro democrata é como acreditar que a terra é plana.