Leia trecho da nova aventura do detetive Hercule Poirot
A escritora britânica Agatha Christie (Hulton Archive/Getty Images) Meire Kusumoto Um trecho da nova aventura de Hercule Poirot, o famoso detetive criado por Agatha Christie, já pode ser conferido com exclusividade no blog VEJA Meus Livros. Os Crimes do Monograma (tradução de Alyne Azuma, Nova Fronteira, 288 páginas, 29,90 reais), título em que a britânica Sophie Hannah […]
Meire Kusumoto
Um trecho da nova aventura de Hercule Poirot, o famoso detetive criado por Agatha Christie, já pode ser conferido com exclusividade no blog VEJA Meus Livros. Os Crimes do Monograma (tradução de Alyne Azuma, Nova Fronteira, 288 páginas, 29,90 reais), título em que a britânica Sophie Hannah resgata Poirot com autorização da família de Agatha, chega às livrarias brasileiras em 8 de setembro.
Leia também:
Obras de Agatha Christie serão adaptadas para a TV
Agatha Christie ganhará estátua de bronze em Londres
No novo livro, Poirot é surpreendido em um café de Londres por uma mulher que diz estar prestes a ser assassinada. Ela, no entanto, afirma que não quer ajuda e que merece ser vítima do crime. O detetive também tem que tentar desvendar o assassinato de três pessoas, encontradas em um hotel com uma abotoadura de ouro com as iniciais P.I.J. Ele conta com a ajuda do policial Edward Catchpool para avaliar se os dois acontecimentos têm alguma relação.
Os Crimes do Monograma é o primeiro livro a retomar a história de Poirot, retratado pela última vez em Cai o Pano, publicado por Agatha em 1975, um ano antes de sua morte. O personagem belga estreou em 1920 em O Misterioso Caso de Styles e se tornou o mais conhecido e emblemático da escritora britânica.
Capítulo 1
Jennie em fuga
— O que estou dizendo é que não gosto dela — sussurrou a garçonete de cabelo esvoaçante. Foi um sussurro alto, facilmente entreouvido pelo cliente solitário que estava no Pleasant’s Coffee House, que se perguntou se esse “ela” em questão seria outra garçonete ou uma cliente regular como ele.
Continua após a publicidade— Não sou obrigada a gostar dela, sou? Se pensa diferente, é você quem sabe.
— Ela me pareceu até simpática — comentou a garçonete mais baixa, de rosto redondo, parecendo menos convicta do que alguns minutos antes.
— É o que ela faz quando fica com o orgulho ferido. Assim que se recupera, sua língua começa a destilar veneno de novo. Devia ser o contrário. Conheço muita gente assim… Nunca confie nesse tipo.
— Como assim “o contrário”? — perguntou a garçonete de rosto redondo.Continua após a publicidadeHercule Poirot, o único cliente no café às sete e meia naquela noite de quinta em fevereiro, sabia o que a garçonete de cabelo esvoaçante queria dizer. E sorriu para si mesmo. Não era a primeira vez que ela fazia um comentário sagaz.
— É perdoável alguém dizer uma indelicadeza num momento difícil; eu mesma já fiz isso, não me importo em admitir. E, quando estou feliz, quero que os outros fiquem felizes. É assim que deve ser. Mas existem pessoas, como ela, que tratam os outros pior quando as coisas vão bem. É com elas que você precisa se preocupar.
“Bien vu”, pensou Hercule Poirot. “De la vraie sagesse populaire.”
A porta do café se abriu de repente e bateu na parede. Uma mulher, usando casaco marrom-claro e chapéu de um tom mais escuro, parou no batente. Tinha cabelos louros. Poirot não conseguiu ver o rosto. Ela estava com o rosto virado, olhando por sobre o ombro, como se esperasse alguém.Continua após a publicidadeClique aqui para continuar lendo o 1º capítulo de Os Crimes do Monograma