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A transformação de Jeff Bezos: mudanças na linha editorial do Post

O terceiro homem mais rico do mundo quer influenciar o debate público com artigos de opinião em favor da liberdade individual e de mercado

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 27 fev 2025, 08h10 - Publicado em 27 fev 2025, 08h09

Criar prodígios do mundo da alta tecnologia e ficar muito rico em poucos anos, um fenômeno de nossos tempos, acabou gerando também a era dos bilionários progressistas, antenados com causas que “todo mundo” apoiava. Essa tendência está mudando. O maior exemplo, obviamente, é o de Elon Musk e a guinada que o levou a trabalhar com Donald Trump, mas Jeff Bezos também está, no popular, mudando de lado.

A última mudança deixou o mundo político americano de queixo caído: a partir de agora, os editoriais do Washington Post, o jornal que está cada vez mais refletindo suas ideias, deverão focar, todos os dias nas liberdades individuais e no livre mercado.

“Vamos cobrir outros tópicos, é claro, mas deixaremos a outros que publiquem pontos de vistas opostos a estes pilares”.

Em termos jornalísticos e políticos, é uma bomba. O editor da página de opinião, David Shipley, resolveu aceitar a opção de deixar o jornal. Outros ameaçam pedir demissão. Vários jornalistas do primeiro time do Post já haviam saído depois que Bezos interferiu pessoalmente e não deixou sair um editorial do conselho apoiando a candidatura de Kamala Harris, o primeiro sinal da transformação do dono da Amazon.

Para os leitores mais à esquerda, foi um escândalo. O Post perdeu 250 mil assinantes. Mas Bezos, com sua fortuna de 227 bilhões de dólares, tem gordura para queimar. As mudanças no Post mostram que ele quer influenciar o debate político – e com posições que estão bem longe das assumidas pela imprensa tradicional., esmagadoramente favorável aos democratas.

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PULSÕES CONTRADITÓRIAS

Bezos foi à posse de Trump, quando a mulher, Lauren Sánchez, apareceu mais do que ele por causa de um decotado bustiê de renda por baixo do terninho branco. Outros nomões do mundo high tech também foram, incluindo Mark Zuckerberg, da Meta, e Sundar Pinchai, do Google.

A mudança na linha dos editoriais – não das reportagens – é, obviamente, uma reação à gigantesca bolha em que a imprensa tradicional se trancafiou, recusando-se a cobrir, com a espetacular competência que mostra em outros temas, a ascensão de um eleitorado de direita, solenemente ignorado ou ridicularizado.

A primeira eleição de Trump deveria ser um chamado à realidade, mas não foi assim que funcionou. Na ânsia de destruir o detestado presidente, faróis do jornalismo, como o próprio Post e o New York Times, endossaram a tese de que não era verdadeiro o laptop de Hunter Biden com indícios de que ele havia usado a influência do pai, na época de vice-presidente, para fazer negócios. O acobertamento do declínio cognitivo de Joe Biden, já na Casa Branca, também expôs um desejo nada secreto de “proteger” o presidente e obstruir um retorno de Trump.

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Foram algumas das maiores furadas da grande imprensa, que também não reconheceu o erro com o destaque devido.

A partidarização da mídia coincidiu com a ascensão das redes sociais, um terremoto cujas consequências ainda estamos vivendo. As redes dão um acesso infinito a informações e opiniões. Ao mesmo tempo, não têm os cuidados e os filtros da imprensa convencional. São pulsões contraditórias que afetam toda a maneira como exercemos um dos aspectos mais importantes de nossas vidas, modo como nos informamos.

LIBERDADE ÉTICA

Não é bom ver a imprensa tradicional perder não apenas público, mas credibilidade em consequência da partidarização. Por isso, é positivo que uma personalidade da estatura de Bezos esteja buscando alternativas.

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Escreveu ele: “Houve um tempo em que um jornal, principalmente um que tivesse um monopólio local, visse como se fosse um serviço levar à porta do público, todas as manhãs, uma seção de opinião que abrangesse todos os pontos de vista. Hoje, a internet faz isso”.

Se não der certo, será mais uma consequência da mudança dos tempos. Pelo menos, ele está tentando.

“Uma boa parte do sucesso da América foi a liberdade no campo econômico e em tudo mais”, postou ele. “A liberdade é ética – minimiza a coação – e prática – impulsiona a criatividade, a invenção e a prosperidade”.

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O discurso sobre liberdades individuais e de mercado é visto hoje, erradamente, como sendo de direita e assim será interpretada a transformação de Jeff Bezos. Uma alternativa menos taxativa seria achar que ele está procurando influenciar no mercado de ideias e buscar caminhos para uma instituição sob grave risco de extinção. Bezos pode não ser do ramo, mas certamente já teve uma ou duas ideias brilhantes na vida.

Transformado fisicamente depois que conheceu Lauren, passando a exibir um físico malhado e roupas modernas, Jeff Bezos estará vivendo por uma mudança ideológica?

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