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Brigar com aliados, sobrecarregar os preços: Trump prejudica a si mesmo?

Já não é apenas a oposição democrata que malha o presidente: seu jogo arriscado mexe nos mercados e causa críticas na direita

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 mar 2025, 07h42 - Publicado em 5 mar 2025, 07h41

“Viva o herói”, diziam cartazes improvisados com o rosto de Volodymyr Zelensky. Isso aconteceu em frente a embaixada americana na Polônia, o país mais fortemente, e historicamente, alinhado com os Estados Unidos. Pois o herói teve que recuar e se declarar pronto a se sentar à mesa de negociação “o mais breve possível”, dando a Donald Trump mais uma vitória para embalar o discurso de autolouvação que fez no Congresso – todos os presidentes fazem isso, mas as circunstâncias atuais criaram um ambiente de excepcional tensão.

Não é ruim que Zelensky tenha cedido, a tempo de Trump ler uma carta dele, sendo precedido por boatos de que não não quer assinar o acordo de exploração conjunta de recursos minerais estratégicos contando arrancar algo “maior e melhor”. Seja o que for, a Ucrânia não tem alternativa. Com a suspensão da ajuda americana, a situação no campo de batalha poderia degringolar rapidamente e colocar a Ucrânia numa posição mais fraca ainda para as negociações que virão.

Praticamente todos os analistas, incluindo os simpatizantes da causa ucraniana, concordam que Zelensky errou de maneira monumental na sua atitude beligerante durante a fatídica reunião em que acabou expulso da Casa Branca. O melhor teria sido seguir o que Bill Clinton disse sobre a estratégia seguida em suas reuniões com Vladimir Putin: “Ser brutalmente honesto com as pessoas a portas fechadas e evitar embaraçá-las em público”.

Agora está aberto o caminho para a ordem mundial que Trump quer mudar, embora não tenha tratado disso. É um caminho arriscado, cheio de instabilidade e imprevisibilidade. Trump 2.0 está jogando altíssimo, num vai e volta de tarifas sobre importações e outras coisas que o mercado não gosta.

‘GOLPE BRUTAL’

Voltamos assim para o que interessa a todos: a economia americana, um mastodonte de 32 trilhões de dólares. E o veredicto não está sendo entusiástico. Todos os resultados positivos obtidos desde a eleição de Trump escorreram pelo ralo com a imposição das tarifas de 25% para o México e o Canadá, além da sobretaxa de mais 10% para a China. Um movimento que sugou 3,4 trilhões no valor das empresas americanas.

Trump sabe o que está fazendo? Tem um plano sólido para contrabalançar esta reação, mais do que previsível? Scott Bessent, o secretário do Tesouro, é uma garantia de que não haverá loucuras?

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O simples fato de se especular sobre a possibilidade de loucuras, como as feitas por governos de esquerda que ofendem os princípios da economia, já diz muito sobre o estado de ansiedade em que o mundo está vivendo.

“O boom econômico americano agora está em perigo”. Isso saiu não na imprensa simpatizante do Partido Democrata, mas no conservador jornal inglês The Telegraph.

“As políticas econômicas agressivas são embaladas na linguagem da vitimização, à medida que o presidente reclama que o mundo tratou os Estados Unidos de forma injusta e ele é o homem que vai restaurar a justiça na ordem global”.

Na verdade, lembra o jornal, os Estados Unidos cresceram 12% desde 2019, na véspera da pandemia de covid – mais do que todos os outros países ocidentais.

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E “muitos economistas acham que os próprios planos de Trump é que vão desfechar um golpe brutal para a economia de seu país e, mais especificamente, para seus próprios eleitores”. Por essa avaliação, poderia haver, a médio prazo, uma contração de até 3% do PIB. Outros prognósticos falam num crescimento menor, o que já é suficientemente ruim para um presidente que se apresenta como o homem que faz a economia bombar.

GALINHA NO QUINTAL

Os prognósticos de aumentos de preços também são desconfortavelmente negativos. Alguns dos mais importantes: eletrônicos, 10,6%; roupas, 7,5%; veículos e autopeças, 6,1%; legumes e frutas, 2,9%. Com as sobretaxas, este último aumento pode ser sentido em questão de dias. Só para dar uma ideia: 63% dos produtos hortifruti consumidos pelos americanos vêm do México.

Trump sabe muito bem que isso seria catastrófico para a imagem de seu governo. Ele foi eleito basicamente para melhorar o custo de vida e a economia é a preocupação principal para a esmagadora maioria dos americanos.

Atualmente, o presidente continua no lado positivo da opinião pública, embora por uma pequena diferença. Segundo a média das pesquisas feita pelo site RealClear, tem 48,6% de aprovação, contra 47,4% de desaprovação.

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Numa declaração que lembrou certos absurdos tropicais, a secretária da Agricultura, Brooke Rollings, sugeriu que, diante do aumento do preço dos ovos, um tema em comum entre Estados Unidos e Brasil, “talvez as pessoas estejam pensando em ter uma galinha no quintal”.

É assim que o prestígio de governos acaba no poleiro mais baixo do galinheiro.

Trump conseguiu, no discurso do Congresso, evitar os assuntos de política externa mais espinhosos e evocar o tom de esperança que faz a aura dos políticos bem sucedidos. Teve 76% de aprovação dos espectadores. Ou seja, acertou no tom. Agora, só falta não quebrar nada da galinha dos ovos de ouro que mantém uma economia invejavelmente pujante. Se não estragar, já está bom, com condições para ficar melhor ainda.

E não humilhar o “herói” que refugiados ucranianos comemoraram em frente à embaixada americana em Varsóvia.

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