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Como Maduro e sua claque estão envenenando o ambiente na América Latina

Ao forçar que outros países da região escolham entre Venezuela e Estados Unidos, eles complicam um clima complexo, inclusive para o Brasil

Por Vilma Gryzinski 8 set 2025, 08h22

Não bastasse ter participado ativamente da devastação econômica que colocou mais de 90% da população venezuelana na pobreza, Nicolás Maduro agora quer arrastar a América Latina inteira para um confronto que somente interessa a ele – e que se tornou um pouco mais próximo de atingir o ponto máximo de fervura depois de Donald Trump responder ontem sobre um potencial ataque a alvos criminosos em território venezuelano: “Vocês vão descobrir”.

Vamos descobrir que estamos numa encrenca danada.

Muitos, insensatamente, estão se deixando arrastar para essa situação. O Brasil, que já vive o pior momento das relações com os Estados Unidos, pode ser empurrado – ou se deixar empurrar – para um antagonismo mais prejudicial ainda ao país.

Ninguém sabe onde vai parar a escalada – mas todos os sinais no momento são ruins. Explodir uma lancha com onze traficantes dentro foi, obviamente, um fator complicador assumido por Donald Trump, depois de ter avançado a linha de hostilidade com o envio de uma poderosa força naval a águas internacionais do Caribe.

Maduro replicou com o envio de dois jatos para sobrevoar a força-tarefa e Trump não economizou na reação: “Se nos ameaçarem, serão explodidos”. Acompanhou-o de dez F-35 deslocados para Porto Rico.

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FARSA RIDÍCULA

Estamos assim numa situação em que o risco de conflagração, intencional ou involuntária, aumentou gravemente. Se a ideia é pulverizar embarcações ou até instalações de traficantes, sobram oportunidades: a Venezuela, onde o tráfico tem a chancela oficial do Cartel dos Sóis, referentes aos emblemas usados pelos generais chavistas, abastece o mundo com 24% a cocaína procedente da Colômbia.

Nesse quadro, o regime venezuelano força os vizinhos a tomar posição – o que não é do interesse de muitos deles, que prefeririam manter a situação habitual de fechar os olhos ao tráfico orquestrado pelo regime chavista e não tomar atitudes de desafio aos Estados Unidos. Em determinado momento, terão que escolher: o ilegítimo Maduro e o crime organizado ou Trump e o renascimento da diplomacia de canhoneira, com o excelente motivo do combate ao narcotráfico.

É uma escolha prejudicial e divisiva para países da América Latina. Uma amostra disso foi dada pelo recente encontro da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac). É o tipo de organização totalmente desimportante, exceto quando revela as divisões semeadas por Maduro.

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O Brasil votou a favor de documento cheio de indiretas contra os Estados Unidos. Outros votos a serem notados: México, Chile, Colômbia, Uruguai, Cuba e Nicarágua. Contra: Argentina, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana, Jamaica, Paraguai e Peru. Ou seja, a divisão entre governos de esquerda e direita, que poderia ser diplomaticamente amenizada, ficou clara.

Maduro, que agora deu de vestir farda camuflada, numa farsa ridícula, está sentindo o peso da pressão. “Respeito Trump, convido-o a dialogar. Oxalá reconsidere”. Ao mesmo tempo, declarou-se pronto a entrar numa “etapa armada”.

DOIS MIL GENERAIS

Os céus nos protejam de ser arrastados para essa insanidade. Fora mandar um avião do Uber Fab para garantir o asilo ao ditador se as coisas ficarem realmente ruins para o lado dele, o que mais o governo brasileiro faria? Declararia guerra aos Estados Unidos em solidariedade ao companheiro? Já não temos encrencas suficientes, provavelmente insolúveis considerando-se as personalidades envolvidas, com o governo Trump?

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Ficar do lado de um ditador, fraudador de eleições e maestro do tráfico já é suficientemente ruim. Boas almas da esquerda estão vendo o tamanho da encrenca e alegando que “não há provas” do envolvimento de Maduro. É de chorar ver os mais nobres ideais esquerdistas arrastados na lama da simpatia pelo tráfico.

“Hoje a droga equipara ou supera os ingressos econômicos do petróleo”, disse ao site Infobae o oposicionista exilado David Smolansky. As mais altas patentes militares “dão as ordens ou permitem a passagem impune da droga para enriquecer. A Venezuela tem pelo menos dois mil generais, mais do que toda a Otan”.

Segundo a Transparência Venezuela, os 24% da produção de cocaína que passam por território venezuelano geraram nos últimos anos 8,4 bilhões de dólares para os chefes do chavismo, ajudando inclusive a manutenção de Maduro no poder apesar das sanções internacionais.

É ao lado de um tipo desses que queremos que o Brasil fique? Como a situação tende a piorar, as escolhas ficarão cada vez mais evidentes. Quem optar por Maduro, já pode ir escolhendo a farda camuflada e coordenar atividades com algum dos dois mil generais venezuelanos. O próprio tiranete garantiu que “temos capacidade absoluta de garantir o triunfo da república”. Quem não quer ficar do lado dos vencedores?

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