Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Diplomacia de patriotadas

Responsáveis pela equivocada política externa desafiam a lógica

Por Vilma Gryzinski 6 jul 2025, 08h00

Dá vergonha ouvir o que os principais operadores da política externa brasileira falam do presidente Lula para baixo. Visões distorcidas pelas lentes ideológicas, análises erradas, interpretações equivocadas, alianças furadas, preconceitos e provocações irracionais, tudo vem à tona sem filtros. O motivo é conhecido: o ódio aos Estados Unidos e o alinhamento do Brasil ao bloco antagônico. Atenção, não uma visão pragmática ou crítica da grande potência do Norte, mas antiamericanismo infantil.

É o oposto de ter uma política independente: a nossa diplomacia é dependente da ideia de que os Estados Unidos são inimigos, não um país com quem compartilhamos princípios democráticos, apesar de atritos quando interesses comerciais nem sempre se alinham. A compilação a seguir mostra momentos constrangedores. Os leitores podem julgar.

“Israel vem dizer que é antissemitismo. Israel precisa parar com esse vitimismo e saber o seguinte: o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um Exército matando mulheres e crianças”, Lula, no começo de junho, dizendo que as Forças israelenses procuram deliberadamente a morte de inocentes, não dos terroristas do Hamas.

“Comprar briga com Trump obedece à síndrome de conseguir uma desgraçada de uma manchete”

“Você fica estimulando o cara e ele fica se achando o máximo. Ele fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido uma conversa séria com ele. ‘Ô, cara, você é um bom artista, um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer’ ”, idem, em março, numa das várias ocasiões em que deixou transparecer inveja pelo protagonismo que Volodymyr Zelensky assumiu na defesa da Ucrânia.

Continua após a publicidade

“Um voo, um avião comercial, não havia no momento à disposição”, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, sobre a presteza do Uber FAB no resgate da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, condenada por corrupção, à qual foi concedido asilo.

“Agora, temos o envolvimento dos Estados Unidos. Acho que não estava nos cálculos que o Irã pudesse revidar a Israel e aos EUA. Não sei o que Trump vai fazer, mas, considerando o julgamento que eles costumam fazer, eu, honestamente, espero o pior”, Celso Amorim, líder supremo de Lula para política externa, prevendo gravíssima crise no momento em que a guerra acabou e o Irã se deu por satisfeito ao encenar um ataque telegrafado com antecedência.

“Para humanistas de todo mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível”, do Itamaraty, em resposta a artigo da The Economist. Nada mais subdesenvolvido do que responder a jornalistas estrangeiros.

Continua após a publicidade

“Nesse mundo conturbado, em que temos presidente de uma nação do tamanho dos EUA, que deveria primar pelo discurso, pensar o que falar, ser menos internet e mais chefe de Estado. E o que vemos todo dia na imprensa? A necessidade de uma desgraçada de uma manchete”, Lula, um dia depois de Trump conseguir o cessar-fogo entre Irã e Israel.

Comprar briga — desnecessária — com Trump é um jeito fácil de açular reações que insuflarão patriotadas. Além de, infelizmente, obedecer à síndrome de conseguir uma desgraçada de uma manchete.

Publicado em VEJA de 4 de julho de 2025, edição nº 2951

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Ofertas exclusivas para assinatura Anual.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.