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É esse o líder político que pode desbancar Milei? Kicillof está em alta

Vitória do peronismo na província de Buenos Aires aumenta o cacife do governador para se firmar como o antagonista do presidente

Por Vilma Gryzinski 9 set 2025, 07h39

Javier Milei foi direto ao ponto, sem a habitual montanha de desculpas: “Hoje sofremos uma clara derrota e se alguém quer reconstruir, tem que aceitar os resultados, tivemos um revés eleitoral”. E o ganhador foi Axel Kicillof, o arquiteto da vitória peronista na província que governa, com uma popularidade que é hoje maior do que a de Milei.

Kicillof na verdade teve duas vitórias: contra os mileistas, com arrasadores 13 pontos de diferença, e contra os inimigos internos, geralmente os mais perigosos, encarnados na figura de Máximo Kirchner, o herdeiro político do casal que dominou a política nas primeiras décadas do século a ponto de substituir o nome do histórico movimento por seu próprio kirchneerismo.

Com Cristina Kirchner cumprindo pena por corrupção em prisão domiciliar, o caminho está mais ou menos livre para a sucessão – mais ou menos porque nunca nada é 100% certo na Argentina. As divergências entre Kicillof e Máximo chegaram ao ponto em que não se falavam. Inicialmente, a própria Cristina foi contra a tática de seu ex-protegido, de separar as eleições para deputados estaduais, vereadores e conselheiros escolares, chamada de desdobramento.

“O grande vencedor é Axel. A vitória é toda dele. Não queriam o desdobramento”, disse uma fonte do entorno de Kicillof ao La Nación. Kicillof e Máximo continuaram sem se falar depois da vitória que teriam tanto a celebrar.

Como em toda eleição, o clima de festa de um lado foi contrabalançado pelo ar de velório de outro – agravado, entre as forças mileístas, pela “mala onda”, como dizem, que decorre das denúncias de corrupção, aparentemente demonstrada num áudio em que se fala do “pedágio” pago a Karina Milei por um laboratório farmacêutico para vender remédios ao órgão responsável pelos benefícios aos deficientes.

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PULSÃO AUTODESTRUTIVA

Os peronistas devolveram a trolagem, tantas vezes praticada por Milei, com uma versão própria da tradicional Guantanamera, com letra adaptada: “Guantanamera, Karina es una coimera”. Em argentinês, “coimero” é quem recebe suborno

É normal nas democracias: quem dá motivos para levar pancada, abre o caminho aos golpes para a oposição. Na Argentina, obviamente, tudo é amplificado e o país ainda está longe de se classificar na categoria normal.

Axel Kicillof é um adversário respeitável. Tem 52 anos e parece menos, vem da tradição esquerdista de muitos judeus argentinos, fala ao estilo metralhadora giratória que seduz tantos compatriotas e representa o exato oposto de Milei em matéria de economia, defendendo uma forte intervenção do Estado. Sua tese de doutorado teve o título Gênese e Estrutura da Teoria Geral de Lorde Keynes.

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O pobre lorde Keynes ficaria horrorizado se visse o que fazem em seu nome, ainda mais num país como a Argentina, inclusive por Kicillof, que deu sua contribuição para a forte pulsão autodestrutiva do país quando foi ministro da Economia de Cristina Kirchner e restatizou a petrolífera YPF, dando origem a processos que se multiplicaram no tempo e nas contas nacionais.

JOVEM E BONITÃO

A presidente parecia algo seduzida pelo ministro jovem e bonitão, mas o universo da política é feito exatamente do exercício da sedução. O apoio da ex-presidente também foi importante para que ele se tornasse o candidato do peronismo ao governo provincial, equivalente ao estadual no Brasil, onde tem um bom índice de aprovação.

Uma disputa presidencial entre Milei e Kicillof seria interessante para ver de fora, com os dois economistas defendendo ideias completamente opostas, numa espécie de versão amplificada do debate que ocorre em tantos lugares do mundo sobre qual é a melhor forma de conduzir a economia de maneira a beneficiar o maior número de pessoas. Resumidamente, é melhor mais ou menos Estado?

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A eleição é só em 2027, mas a vitória peronista já estão deixando os mercados arrepiados de medo, numa reação que se reflete sobre o momento complicado vivido pelo governo Milei, com cortes de gastos bloqueados no Congresso e críticas até mesmo de economistas independentes que apoiam as reformas liberais. A bolsa caiu 12%, os títulos da dívida estremeceram e a cotação do dólar, que Milei arriscou tanto ao tirar do sistema de controles, disparou.

Kicillof ganhou e ainda aumentou o preço da conta para Milei.

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