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Frustração: está uma parte da direita se decepcionando com Trump?

Política externa incompreensível e comportamento errático na questão das tarifas são alguns dos pontos que causam ansiedade e até rejeição

Por Vilma Gryzinski 20 mar 2025, 06h38

“Você acredita que Trump pode conseguir um acordo de paz?”, perguntou o Telegraph a seus leitores sobre a guerra na Ucrânia. Impressionantemente, 77% responderam que não. Atenção, não estamos falando do Guardian e outros jornais de esquerda, mas de uma publicação tradicional de direita. O mesmo fenômeno registrado na Inglaterra acontece nos Estados Unidos em relação ao Wall Street Journal, um sustentáculo do liberalismo econômico e dos princípios conservadores mais tradicionais.

O mesmo Journal já chamou a política de tarifas de Trump de “a guerra comercial mais idiota da história”. Também disse em editorial que as tarifas terão efeitos negativos para os trabalhadores da indústria automobilística e para o Partido Republicano no estado de Michigan. “Se este é o objetivo, vá em frente, senhor presidente”.

Trump respondeu no estilo furioso: acusou o jornal de “estar sempre errado” e disse que “em algum momento, vou processar a mídia em geral para descobrir se as tais fontes anônimas sequer existem ou se são ficção difamatória”.

Todo jornal que honre seu nome tem que desagradar de alguma ou muitas maneiras o presidente de turno, mas é curioso ver o fenômeno de publicações de direita se afastando de Trump. O mais recente episódio envolve o propalado telefonema a Vladimir Putin, encerrado com um resultado minguado de suspensão dos ataques a instalações energéticas. Poucas horas depois, os russos atacaram uma usina ucraniana.

“Surpreendentemente, Trump parece não ter notado”, escreveu no Telegraph o comentarista David Blair. “Mais uma vez, Putin desafiou um pedido público de Trump – dessa vez por um cessar-fogo abrangente – e não pagou por isso”.

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RISCOS DE RECESSÃO

É claro que jornais responsáveis refletem tendências mais amplas. Alguns analistas falam até numa perda de confiança dos mercados em Trump, embora seja recomendável sempre não interpretar o comportamento episódico das bolsas como tendência definitiva. Mas também não dá para ignorar alertas como o feito por Mark Zandi, da Moody’s, de que “os riscos de recessão estão desconfortavelmente altos e subindo” – e isso foi criado pela política econômica.

Outro ponto obrigatoriamente anotado em todas as esferas importantes de análise do governo foi a posição do presidente da Suprema Corte, John Roberts. Numa manifestação rara, ele repudiou, em termos cuidadosos mas bem escolhidos, as propostas de impeachment de juízes que tomam decisões contra iniciativas contestáveis do governo, como a deportação de criminosos estrangeiros – no caso, os venezuelanos do Tren de Arágua mandados para El Salvador, contrariando uma ordem judicial.

Roberts é um juiz conservador odiado pela esquerda. Num exagero típico, o Guardian disse que ele “abriu caminho para os Estados Unidos se tornarem um estado autoritário” ao decidir pela imunidade de Trump como presidente, durante seu primeiro mandato.

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Uma pequena minoria do Partido Republicano sempre foi contra Trump, mas as vozes que entraram no debate mais recentemente têm um peso maior por não terem feito parte dessa tendência.

INIMIGOS EMPODERADOS

Pesa no debate o desmantelamento intencional a Otan, a aliança militar criada para manter a supremacia americana. Segundo a mais recente notícia, os Estados Unidos abririam mão voluntariamente de nomear o comandante supremo das forças aliadas na Europa, o que seria “um erro político de proporções épicas”, na definição de um ex-ocupante do cargo, o almirante da reserva James Stavridis.

Alguns comentaristas também notam que ameaças trovejantes, como as feitas contra o Hamas e o Irã, podem se tornar perigosamente vazias.

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Se o presidente dos Estados Unidos ameaça desfechar as hostes do inferno e nada acontece, os ameaçados podem se sentir mais poderosos – empoderados, segundo a pernóstica terminologia atual. Alguns acham que Trump, depois do intenso surto de atividade no começo do governo em relação a Gaza e à Ucrânia, pode simplesmente se desinteressar e focar a atenção em outros temas.

Isso, obviamente, não joga a favor dos Estados Unidos.

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