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Netanyahu vira a mesa: ataque no Catar chacoalha tudo no Oriente Médio

Bombardear a liderança política do Hamas no país onde acontecem as negociações é de uma audácia sem precedentes - e de resultados em aberto

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 set 2025, 13h41 - Publicado em 9 set 2025, 13h40

O que o governo de Benjamin Netanyahu pretende: queimar as pontes de negociações que não estão dando em nada ou desfechar um golpe tão grande que o Hamas tenha que aceitar um acordo para libertar os reféns israelenses?

Ainda não dá para dizer, exceto pelo fato de que a primeira opção é bastante provável e a segunda está em aberto.

Mas a audácia de atacar a capital de um emirado com quem Israel mantém canais em aberto, com o objetivo de detonar a liderança do Hamas no exterior, é de tirar o fôlego.

Talvez a análise de Netanyahu e aliados seja que o impasse só poderia ser rompido com um grande golpe, tão grande que valia arriscar os bons ofícios do Catar, um país que se especializou em jogo duplo, triplo ou quádruplo, com um regime simpático aos islamitas, território aberto a grandes bases americanas, diálogo com o Irã e canais azeitados com Israel – tão bons que dois ex-assessores do primeiro-ministro estão sendo acusados de recebimentos indevidos vindos dos cofres profundo do emirado.

Acabou o trânsito livre

Estavam reunidos no prédio bombardeado por Israel nomes como Khalil Al-Hayya, que o canal estatal israelense dá como eliminado, e o mais conhecido Khaled Mashal. Os alvos todos estiveram diretamente envolvidos no ataque de 7 de outubro de 2023 que matou 1,2 mil israelenses em um dia.

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Claro que estavam. Mas Israel vinha administrando o trânsito quase livre dos chefões do Hamas no exterior. Hayya inclusive chefiava as negociações nas quais os cerca de vinte reféns israelenses ainda vivos são usados como moeda para exigir a retirada de Israel de Gaza, uma óbvia impossibilidade política e militar até onde a vista alcance.

As pressões sobre o Hamas aumentaram com a “proposta final” de Donald Trump: a libertação de todos os reféns, de uma vez só, contra a garantia do presidente americano de que a guerra de Gaza acabaria.

O Catar condenou a “covarde” violação de sua soberania e os suspeitos de sempre aproveitaram para malhar Israel.

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Por que arriscar tanto?

“O raciocínio de Israel não é sutil. Se o Hamas transformava o tempo num instrumento de pressão no Catar, agora Jerusalém está tentando acabar com este instrumento”, analisou no Jerusalem Post o diretor de redação, Zvika Klein, depois de mencionar várias fontes diretamente envolvidas que descreveram a tática de protelação da organização palestina.

Puxada de tapete

Essa tática evidentemente vendo sendo usada para piorar ainda mais a imagem de Israel, agravada pelo avanço na Cidade de Gaza e o consequente aumento do sofrimento da população civil.

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Segundo Klein, o governo israelense resolveu puxar o tapete das certezas do Hamas. 

“Atingir o Hamas numa capital tão proximamente entrelaçada com os Estados Unidos é uma mensagem simultânea para múltiplos públicos: ao Hamas, de que a retaguarda das negociações não é mais território seguro; a Doha, de que acolher o Hamas tem um preço, e a outros mediadores de que a janela para ações incrementais está fechada”.

Mas o que vem depois? As negociações estarão suspensas ou até canceladas? A proposta americana continua valendo? Quem vai ser capaz de pressionar mais Trump – sem esquecer que o presidente, indevidamente, aceitou um presentão do Catar sob a forma de um avião de luxo para substituir o Air Force One?

O tabuleiro foi virado pelo ataque em Doha e as peças agora precisam se rearranjar.

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