Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Prorrogamos a Black: VEJA com preço absurdo
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O fracasso subiu à cabeça e Maduro tentou impor condições para sair

Queria que sua turma continuasse a ter o controle sobre as Forças Armadas, uma insanidade que revela como o venezuelano está isolado

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 2 dez 2025, 09h01 - Publicado em 2 dez 2025, 06h34

Tem mais suspense do que série da Netflix, com a diferença de que todo mundo sabe o final: Nicolás Maduro está fora, acabado, kaput. Na típica síndrome da embriaguez pelo poder que acomete tiranos latino-americanos, ele também acha que tem trunfos suficientes para negociar como será sua saída e até impor condições absurdas, como a manutenção do controle sobre os militares.

Os jornais New York Times e Miami Herald reconstituíram a conversa de Maduro com Donald Trump, mediada, segundo suas fontes, pelo Brasil, o Catar e a Turquia.

Propuseram os Estados Unidos: se renunciasse no prazo de uma semana, haveria um salvo-conduto para sair do país, sem prisão nem tortura como faz o regime em fim de linha com oposicionistas, para Maduro, a esposa e militante Cília Flores e o filho do casal (nenhuma menção aos narcosobrinhos, os parentes da “primeira companheira” que foram gravados fazendo confidências épicas como: “É difícil traficar drogas, é muito estressante”).

Não foi revelado o destino onde seria exilado, mas diante da possibilidade de que o regime cubano desmorone se ficar sem a sua tênue linha de sobrevivência, o petróleo venezuelano, dificilmente seria a ilha do Caribe. Mesmo com o aval de Trump, opções como o Brasil e do México, com governos simpáticos ao bolivarianismo, desencadeariam intensas reações negativas. Restam basicamente Rússia e Irã na lista.

TUDO REJEITADO

A contraproposta de Maduro demonstrou o seu desligamento da realidade. Ele queria três condições.

“Primeiro, anistia global para qualquer crime que eles e seus aliados tenham cometido”, disse uma fonte americana. A anistia abrangeria sanções americanas, incluindo as decretadas contra cerca de cem altos funcionários do madurismo, e um processo no Tribunal Penal Internacional. “Segundo, manteriam o controle das Forças Armadas, parecido com o que aconteceu com a Nicarágua em 1991 com Violeta Chamorro. Em troca, permitiriam eleições livres”.

Continua após a publicidade

A referência à Nicarágua é sobre o acordo da presidente eleita, da famosa família Chamorro, com os sandinistas, posteriormente perpetuados no poder com Daniel Ortega, um dos casos mais flagrantes de transformação de idealistas de esquerda em ditadores em proveito próprio.

A terceira condição tratava do momento em que a saída de Maduro aconteceria: o tirano venezuelano queria mais tempo.

Todas as condições foram rejeitadas por Donald Trump. A conversa durou quinze minutos. Não houve resposta para o pedido de outro contato telefônico.

Depois da conversa frustrada, o presidente americano disparou um post que já ficou famoso. Reproduzindo o texto sem as maiúsculas originais, disse ele: “Atenção linhas aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, considerem que o espaço aéreo acima e em torno da Venezuela está fechado em sua integralidade”.

Continua após a publicidade

IGUAL À AL QAEDA

As empresas aéreas estrangeiras já haviam cancelado os voos para a Venezuela depois que os Estados Unidos anunciaram não poder garantir sua segurança.

Como muitos opositores de Trump contestam a legalidade das múltiplas intervenções, inclusive os bombardeios de lanchas que transportariam drogas, com um total de oitenta mortos até agora, o governo fez outra manobra: incluiu o Cartel de los Soles – referência aos símbolos das fardas dos generais-traficantes – na categoria de Organização Terrorista Estrangeira, uma classificação que abre um caminho legal, embora não desprovido de contestações, aos ataques.

Agora, estão na mesma categoria que integrantes da Al Qaeda os três principais nomes do regime: Maduro; Diosdado Cabello, ideólogo principal, propagandista e ministro do Interior; e o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López. Dificilmente terão um futuro promissor.

Sustentam as medidas de Trump o maior porta-aviões do mundo, o Gerald Ford, um submarino movido a energia nuclear e mais dez embarcações de guerra. No total, estão embarcados no Caribe cerca de 15 mil militares americanos. Além de mobilizar um batalhão indígena para, nas palavras de Diosdado Cabello, fazer os americanos sentir o curare entrar na pele, a Venezuela tem poucas opções militares fora uma guerra de guerrilha pouco entusiasmadora.

Continua após a publicidade

NEM HERÓI ESCAPOU

Muito possivelmente, as tropas russas na Venezuela não vão interferir diretamente nem deixar que suas armas sejam usadas contra os americanos, ainda mais com as negociações sobre o fim da guerra com a Ucrânia em andamento. Mas a realidade, principalmente numa situação de conflito, sempre dá um jeito de complicar as coisas e o caso da Venezuela não pode ser dado por neutralizado.

O Brasil tem interesse máximo numa solução pacífica, mesmo que o governo Lula da Silva vá choramingar a perda de um aliado tão simpático como Maduro. Atenção: alerta de ironia. Na verdade, até para o governo brasileiro é bom ficar livre do peso morto representado pelo venezuelano. numa transição pacífica que não inunde o país com mais refugiados do país vizinho. Nisso, o interesse nacional coincide com o dos Estados Unidos.

Do lado de Maduro, entre os vizinhos, sobra um alucinado Gustavo Petro. O presidente colombiano disse que as empresas aéreas de seu país devem continuar fazendo as conexões com a Venezuela, ignorando os enormes riscos em potencial.

É isso que resta para Maduro, enganado pela própria esperteza, suficiente para fazê-lo sobreviver no topo do poder por treze anos, mas não para ver a mudança escrita nos tempos sobre o caráter intolerável que um narcoestado adquiriria sob Trump. Na semana passada, o tirano, ex-motorista de ônibus, vestiu farda camuflada e grotescamente empunhou a histórica espada de Simón Bolívar, um ultraje à memória do libertador que o chavismo fez de tudo para incorporar como sua. Até os restos mortais do herói, morto em 1830, foram exumados por ordem de Hugo Chávez para comprovar um imaginário envenenamento.

Logo os venezuelanos e a honrada memória de Bolívar estarão livres dessa praga.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

PRORROGAMOS BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
PRORROGAMOS BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.