Terá Donald Trump perdido a eleição presidencial de novembro com as 34 vezes em que o veredicto “culpado” foi anunciado em Nova York, pelo caso de falsificação de registros contábeis e manipulação eleitoral ao mandar pagar um cala-boca à atriz pornô que ameaçava contar um encontro sexual?
A falta de precedentes cria um caso nebuloso. A situação ruim de Joe Biden, com apenas 57% de desaprovação, é a hipótese menos ruim para Trump. Na primeira campanha eleitoral, em 2016, ele disse que poderia matar alguém na Quinta Avenida e ainda assim seus partidários não o abandonariam.
A questão é que ele precisa convencer a pequena faixa de eleitores que ainda não se decidiu ou pode mudar de opinião diante de algo pesado como ter um candidato condenado.
Uma pesquisa interna do Partido Republicano mostra resultados ambíguos: dois terços dos consultados acham que há influência política nos processos contra Trump. Outra pesquisa indica que eleitores na faixa dos 40% acreditam que as ações na justiça são legítimas.
Entre os eleitores de Trump, apenas 6% admitem mudar de opinião em caso de condenações como as que aconteceram agora.
Trump tem dado indícios de que pode usar condenações a seu favor e se passar por vítima, mas obviamente as condenações têm um peso que não pode ser ignorado.
É possível que, a partir de agora, Biden seja o fator que vai definir sozinho o resultado: está tão velho e desgastado que os eleitores pendem para um candidato condenado na justiça ou, mesmo com estas desvantagens, pode superar os altos níveis de rejeição que provoca?
É comum dizer, todas as vezes que os americanos vão às urnas, que nunca houve eleição igual. Dessa vez, o lugar comum é realmente verdadeiro.