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Por que a Alemanha teve que assinar duas rendições na II Guerra?

Os aliados já não eram tão aliados assim e Stálin queria que os alemães fossem reduzidos a uma derrota ao estilo soviético

Por Vilma Gryzinski 6 Maio 2025, 07h50

A primeira capitulação foi assinada em Reims, na França, às 2 e 41 do dia 7 de maio de 1945. O grande vitorioso, o general Dwight Eisenhower, não desceu de seu pequeno gabinete, no segundo andar de uma escola técnica onde havia instalado seu QG: como comandante supremo das forças aliadas, com oito exércitos sob sua responsabilidade (cinco americanos, um inglês, um francês e um canadense, fora três forças aéreas), tinha uma graduação superior ao do general Alfred Jodl, chefe do estado-maior do Exército alemão.

Depois da assinatura do documento de uma página e cinco pontos, um primor de concisão, Jodl subiu ao escritório de Eisenhower, que perguntou se havia entendido tudo. Jodl confirmou e fez o Hachen zusammenshlager, a batida de calcanhares que os nazistas haviam herdado da tradição militar prussiana. Virou-se e quase tropeçou no fio de um refletor dos repórteres que cobriam a rendição.

A guerra estava terminada e o mundo começou a comemorar quando a notícia se espalhou.

Menos na União Soviética de Josef Stálin.

NO CORAÇÃO DO REICH

O ditador comunista queria mais. Mesmo com assinatura do enviado soviético, o general Ivan Susloparov no documento de Reims – ele havia esperado pela confirmação para assinar, a coisa não veio e ele colocou o nome mesmo assim. Foi um erro ao qual ele, estranhamente, sobreviveu.

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Stálin queria que a rendição tivesse mais exigências e acontecesse no coração do Reich derrotado, dando o protagonismo aos soviéticos. Queria e conseguiu. Os aliados ocidentais já sabiam que viria uma grande disputa, mas concordaram. O almirante Karl Dönitz, presidente do Reich durante 23 dias, entre o suicídio de Adolf Hitler e sua prisão, foi “aconselhado” a ceder.

A segunda rendição foi assinada às 22 e 43 de 8 de maio no QG soviético na Berlim destruída. Na União Soviética, já era dia 9. O representante alemão foi o marechal-de-campo Wilheim Keitel. Gueorgui Jukov, o marechal soviético e supremo vitorioso, estava presente. “Esclareceu” que os combatentes alemães que continuassem a resistir “não mais teriam o status de soldados”. A distinção acabou tendo pouca diferença: dos três milhões de alemães aprisionados pelos soviéticos, um milhão morreu nas condições atrozes dos campos.

MORTE AGONIZANTE

O destino dos dois signatários alemães, Jodl e Keitel, foi o mesmo: posteriormente presos e levados a julgamento por crimes de guerra como a execução de militares rendidos, foram condenados à pena máxima pelo tribunal de Nurembergue.

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O enforcamento foi coordenado por John Clarence Woods, um desertor diagnosticado com “inferioridade psicopática constitucional”. Readmitido no Exército, mentiu que tinha experiência como carrasco.

O desconhecimento técnico – ou talvez um desvio de comportamento – ficou claro em execuções aberrantes: o alçapão era muito pequeno, os condenados sofriam ferimentos na cabeça e o pescoço não quebrava. Tinham uma morte agonizante, por estrangulamento, às vezes durando mais de vinte minutos. Foi o que aconteceu com Wilheim Keitel, com fotos do corpo com o rosto machucado para comprovar. Circulou a tese de que Woods fazia isso de propósito.

Os representantes da “raça superior” – dez, ao todo – foram executados definitivamente por um “inferior”.

As forças terríveis que desencadearam, por fidelidade à pátria ou para “cumprir ordens”, como alegaram, provocaram, em escala mundial, 60 millhões de mortes. Acabou há apenas oitenta anos, um piscar de olhos para o tempo histórico.

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