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Quando Estados Unidos mandam força naval, é melhor Maduro atentar

Donald Trump não pretende interferir militarmente na Venezuela, mas o ditador sente a pressão mesmo assim e tem reação espalhafatosa

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 20 ago 2025, 09h05 - Publicado em 20 ago 2025, 08h28

Dar uma olhada da cima antes de se recolher ao leito pode ser uma reação inevitável quando alguém se chama Nicolás Maduro e algumas embarcações americanas estão rondando em águas internacionais, depois que o prêmio para sua cabeça foi dobrado para cinquenta milhões de dólares, sua organização criminosa particular, o Cartel dos Sóis, entrou na lista de grupos terroristas e a porta-voz de Donald Trump disse que todo o poderio dos Estados Unidos será usado para interromper o tráfico de drogas.

Donald Trump não tem a intenção de proporcionar uma mudança de regime, por mais que exista uma torcida a favor disso. Mas os planos podem mudar, principalmente se Maduro fizer alguma bobagem, como tentar anexar a região vizinha do Essequibo, pertencente à Guiana. 

Com sua plataforma isolacionista, Trump surpreendeu ao mandar os aviões invisíveis B-2 bombardear as montanhas onde se desenvolve o programa nuclear do Irã. Note-se que foi uma operação cirúrgica e limitada – quem matou figurões do regime foram as Forças de Defesa de Israel.

Maduro é astuto e, em princípio, não vai entregar um pretexto de mão beijada a Trump. Principalmente com três contratorpedeiros americanos rondando por perto, mais do que tudo, para mandar um recado.

Parceiros do tráfico

Trump quer mostrar que está combatendo o crime organizado que prolifera, com múltiplos braços, na América Latina, mas também tem uma encrenca pela frente: depois de declarar que os grandes cartéis são organizações terroristas, precisa mostrar resultados concretos. 

Subida de tom e três navios de guerra não combatem, por si, grupos criminosos que estão há décadas na parceria do tráfico. Ou, como no caso da Venezuela, fazem parte da própria estrutura do poder – o nome do cartel bolivariano vem dos sóis usados como insígnias pelos generais do chavismo. Para suprema ignomínia, um símbolo que deveria representar o ápice da carreira de oficiais honrados virou sinônimo de crime.

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Cooptar os militares e outras forças armadas foi a grande garantia de permanência do regime venezuelano. Se não fosse por essa repartição do bolo – e um bolo gordo como o do da proteção ao tráfico de cocaína -, o regime já teria se esfarelado. Note-se que na Bolívia, com um líder populista saído da mesma receita chavista como Evo Morales, quase 80% da população votou em candidatos de direita na eleição presidencial de domingo.

Isso só foi possível, obviamente, porque não houve fraude maciça, como na Venezuela. Estarão diplomatas brasileiros ainda esperando as listas de votação, como diziam na época? Ou formando frente comum para enfrentar os imperialistas malvados?

Sobrevivência do regime

Confrontar Donald Trump, como já descobriram em outras plagas, pode ser até uma vantagem propagandística para Maduro. Por causa dos americanos mais, ele fez uma encenação e convocou 4,5 milhões de integrantes das milícias bolivarianas, outro instrumento de poder inventado por Hugo Chávez. O que fariam esses milicianos acostumados no máximo a bater em manifestantes diante de um B-2?

O populismo, o desprezo pelas instituições democráticas e o envolvimento com o tráfico de drogas são pragas que não se apagarão facilmente de um país como a Venezuela. O dinheiro da cocaína banca a sobrevivência do regime e suas relações com aliados. Se todos os poderosos estão envolvidos, não basta a queda de Maduro e sua claque.

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“Quando o regime venezuelano viu que, além de receber subornos para fazer vista grossa, podia ser sócio ativo e majoritário, envolveu-se em cheio, segundo uma investigação da Ong InsightCrime”,  escreveu Laureano Pérez Izquierdo no site Infobae. “Foi assim que, durante o chavismo, a própria estrutura militar permitiu reforçar os vínculos com outras organizações criminosas da América Latina, como as Farc e o ELN na Colômbia, ou o Cartel de Sinaloa, no México”.

“Com o passar dos anos, essa estrutura  – regada primeiro por Chávez e depois por Maduro – foi crescendo de forma desmedida. Nela se viram envolvidos os generais do Alto Comando dentro da Força Armada Nacional Bolivariana – com Vladimir Padrino López à frente –, o próprio Maduro, Diosdado Cabello, Cilia Flores, os ‘narcossobrinhos’, as agências de inteligência chavistas, juízes e empresários”.

Apertando o laço

Essa onipresença torna na prática impossível qualquer ação externa que não seja uma intervenção maciça – exatamente o que Donald Trump não quer. Mas também não há nenhuma garantia de que um zumbido no céu não vá subitamente interromper o sono de Maduro e companhia. 

O Departamento da Justiça apreendeu bens no valor de 700 milhões de dólares colocados na conta do déspota venezuelano, incluindo propriedades na Flórida, mansões na República Dominicana, um haras, joias e dinheiro vivo – num sinal de que os americanos sempre acham mais alguma coisa para apertar o laço. 

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Maduro é “uma ameaça para a nossa segurança nacional”, disse a ministra da Justiça, Pam Bondi, agora transformada na mulher que os maduristas  adoram odiar.

“Não há lei, não há estado de direito internacional, estamos acéfalos no direito internacional”, reclamou, ironicamente, o general Vladimir Padrino.

Ele também deve olhar para o céu antes de dormir. É por lá que pode vir uma manifestação de poderio.

 

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