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Voltam boatos sórdidos: a absurda ‘teoria’ de que Brigitte Macron é trans

Dessa vez, é nos Estados Unidos que a insanidade volta a mostrar a cara, endossada por um influenciador importante como Tucker Carlson

Por Vilma Gryzinski 21 mar 2025, 08h32

Quanto mais absurda a teoria conspiratória, mais seus defensores acreditam. Esse é um dos princípios do conspiracionismo levado a extremos no caso da “teoria” de que Brigitte Macron, a primeira-dama francesa, na verdade nasceu como Jean-Michel Trogneux (o nome de seu irmão) e se tornou uma mulher trans.

É um absurdo tão grande que nem deveria ser reproduzido se não tivesse uma história a ser contada e esclarecida.

A “teoria” começou na França, propagada no lado obscuro das redes sociais e turbinada por duas mulheres sem nenhuma credibilidade, a vidente Amandine Roy e a autodeclarada jornalista Natacha Rey, numa “entrevista” no YouTube.

A atitude mais adequada seria ignorá-las, mas o caso ganhou tais proporções que Brigitte, mãe de três filhos e avó de sete netos, resolveu processá-las por difamação. Ganhou, embora a indenização tenha sido de apenas oito mil euros para ela e seis mil para o irmão.

‘MAIOR ESCÂNDALO DA HISTÓRIA’

Agora, ressurgiu nos Estados Unidos, primeiro através da influenciadora Candace Owens e depois de Tucker Carlson, que saiu da Fox para ficar mais poderoso ainda, sendo considerado um dos principais “votos” a favor de JD Vance como candidato a vice-presidente na chapa de Donald Trump.

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“Fora assassinatos políticos, este é provavelmente o maior escândalo que já aconteceu na política na história humana”, proclamou Owens, uma mulher incrivelmente bem falante que usou seus dons para ascender como negra conservadora – e os desperdiçou todos ao aderir ao mais repulsivo antissemitismo. Perdeu a credibilidade, mas não os seguidores e agora está bombando com a série sobre como a primeira-dama “se tornou Brigitte” (encarnou o perfil feminino aos trinta anos, teve filhos por barriga de aluguel, seu primeiro marido, André-Louis Auzière, falecido em 2019, nunca existiu e outras maluquices).

“Achava isso loucura demais e acontece que ela estava certa”, endossou Carlson.

Talvez a vida longa do boato tenha entre seus motivos a “incompreensão” com o casamento de Emmanuel Macron, ele hoje com 47 anos, e Brigite, de 71. Aberta ou secretamente, muitos consideram a diferença de idade inexplicável ou até antinatural por envolver uma mulher bem mais velha que o marido. Também nem sempre é fácil engolir a versão de que ele se apaixonou por ela quando era um estudante de apenas quinze anos, mas esperaram até a maioridade para assumir a paixão.

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VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

O boato insensato também se alimenta de suspeitas, comuns na vida de muitos políticos, sobre a sexualidade de Macron.

Negar a essência feminina de uma mulher é um ato de violência psicológica que já atingiu mulheres em posição de poder, como Michelle Obama, a influente ex-primeira-dama americana, vilmente chamada de “Mike” por adversários do marido. Até Jacinda Ardem, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia que engravidou e teve uma filha durante o período em que estava à frente do governo, já foi atingida por esse tipo de boataria sórdida.

Encontrar uma explicação para fatos aparentemente inexplicáveis é um anseio do cérebro humano, sempre em busca de certezas. Alguns episódios realmente desafiam as explicações oficiais – sendo o mais notório deles o assassinato de John Kennedy por um ex-fuzileiro naval que não era bom de tiro, viveu voluntariamente na União Soviética e foi ele próprio morto logo em seguida.

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A quantidade de elementos suscetíveis a suspeitas no assassinato do presidente é tão grande que provavelmente nunca haverá uma conclusão amplamente aceita – nem com a nova onda de divulgação de documentos sigilosos sobre o caso, determinada por Trump.

RAÍZES EVOLUTIVAS

De forma geral, acreditar em teorias conspiratórias alimenta um sentimento de superioridade em relação aos outros, os ingênuos que são facilmente manipuláveis por “eles”, o pronome usado para designar os poderosos mal intencionados e exploradores.

As redes sociais, obviamente, transformaram essa tendência num dos maiores fenômenos comportamentais da era digital, mas alguns especialistas acreditam que este traço tem raízes na história evolutiva dos vulneráveis humanos.

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Compreender as razões da suscetibilidade às teorias conspiratórias não significa justificá-las, especialmente quando atingem aspectos que devem ser respeitados em todas as pessoas. Melhor ficar no conspiracionismo habitual. Nos Estados Unidos, é a convicção à direita de que os marxistas estão prestes a tomar o poder e, à esquerda, de que Trump é um agente da inteligência russa.

Deixem Brigitte Macron em paz. Critiquem-na se fizer gastos indevidos, abusar de mordomias ou interferir em assuntos do governo no qual não tem nenhum cargo eletivo. Quem acha o casamento dela “esquisito” que olhe para sua própria vida para ver se tudo passa no teste da ortodoxia.

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