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Mundo Agro

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De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio
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O agro oferece apenas empregos temporários?

O setor tem mais de 25% das posições de trabalho no Brasil e sobram vagas

Por Marcos Fava Neves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 nov 2024, 15h07

A ideia simplificada do agro como ciclos sazonais de plantio e colheita é uma visão frequente na população, o que cria a associação de que o setor gera apenas empregos temporários. É fato que algumas cadeias (especialmente as anuais) demandam mais mão de obra em períodos específicos, no entanto, essa visão considera apenas a produção agrícola, não refletindo a abrangência do agro. Desde a produção de insumos até a distribuição dos alimentos, o setor demanda uma ampla variedade de profissionais fixos, promovendo milhões de empregos permanentes, além dos sazonais.

Empregos sazonais são aqueles disponíveis em períodos específicos do ano, geralmente para atender à demanda em épocas de plantio, manejo e colheita ou outras fases intensivas da produção agrícola, principalmente em culturas anuais, como milho, soja e trigo, que têm um ciclo completo em períodos entre 2 e 5 meses e exigem força de trabalho extra em certas etapas. Já em culturas perenes, como café, laranja e cacau, que produzem de forma contínua durante anos; e em culturas semi-perenes, como cana-de-açúcar, que têm ciclos de colheita mais longos, a necessidade de mão de obra é maior.

A safra não se inicia no momento do plantio da semente ou da muda no solo, mas, sim, na fase de pré-produção, o que chamamos de “antes da porteira”. Esta etapa inclui a produção de fertilizantes, defensivos agrícolas, sementes, equipamentos e máquinas, itens indispensáveis para culturas anuais, semi-perenes e perenes. Além disso, a pré-produção contempla a força de pesquisa e desenvolvimento, crucial para aprimorar os processos agrícolas.

A agroindústria e a indústria de alimentos, elos responsáveis pela transformação dos produtos agropecuários em bens de consumo, são grandes geradores de empregos fixos dentro do agro, processando desde grãos e carnes até os mais específicos produtos embalados, como geleias, enlatados, conservas, entre outros. Isso constrói demanda por profissionais especializados em áreas como processamento, embalagem, controle de qualidade, transporte, logística e gestão. Dessa forma, enquanto o campo agrega cargos sazonais e fixos, a agroindústria e o setor de serviços expandem essa estabilidade, reforçando o impacto permanente do agro na economia.

Somando suas etapas, são mais de 28,6 milhões de empregos, cerca de 26% de todos os postos de trabalho no Brasil (total de 110 milhões). No segmento de pré-produção, por exemplo, o setor de insumos emprega 299,4 mil pessoas (1,0% do total de empregos do agro), enquanto a fase primária (produção agropecuária em si, ou “dentro da porteira”) emprega cerca de 8 milhões de pessoas (28,0%). O autoconsumo, voltado para o consumo próprio de pequenos produtores, emprega 5 milhões de pessoas (17,6%), e a agroindústria gera 4,7 milhões de empregos (16,4%). Já os agrosserviços, segmento que inclui desde o transporte, armazenamento e comércio até os serviços jurídicos, administrativos e contábeis, e tem o maior número de trabalhadores, representa 10,6 milhões de empregos, ou 37,0% do total. Os dados, relativos ao 2º trimestre de 2024, são do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

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Com mais de 1/4 dos empregos do país, o agro não apenas garante a segurança alimentar e oportunidades a milhões de brasileiros. Além disso, existem milhares de vagas em aberto em todo o país, especialmente nos setores de frigoríficos (com cerca de 20 mil vagas), bioenergia, refletindo a enorme demanda por mão de obra, um grande problema a ser resolvido.

Mesmo com o aumento no uso de tecnologias, máquinas e automação, a demanda por profissionais seguirá crescente no setor que mais emprega no Brasil e que ainda tem potencial para criar oportunidades para mais milhares de brasileiros.

 

Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) da Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinícius Cambaúva e Rafael Rosalino.

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