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Murillo de Aragão

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Mais problemas que soluções

A sobreposição de crises contamina o que é relevante ao país

Por Murillo de Aragão Atualizado em 6 set 2025, 10h45 - Publicado em 5 set 2025, 06h00

O mês começa como terminou agosto: com uma agenda cheia de conflitos e carente de respostas. Para ser franco, o estoque de problemas só cresceu. Tivemos novo furto bilionário por hackers, ampliando a sensação de vulnerabilidade digital; o Banco Central não aprovou a compra do combalido Banco Master pelo BRB. Prosseguindo no sistema financeiro, vale dizer que muitos temas afetam o setor. Por exemplo, as investigações da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal — que desvendou ligações do crime organizado com a Faria Lima — e, ainda, a CPMI do INSS que pode investigar alguns bancos no âmbito do empréstimo consignado. Para piorar, a semana se encerra com rumores de que a Ofac teria enviado notificações aos principais bancos brasileiros sobre as sanções da Lei Magnitsky a autoridades nacionais.

No tabuleiro político, o movimento do União Brasil ao se afastar da base e acompanhar o poderoso PP redesenha as correlações de força no Congresso e aponta a antecipação de decisões eleitorais. Some-se a isso o julgamento pirotécnico de Jair Bolsonaro e aliados, iniciado sob holofotes e cobertura midiática exaustiva, e temos a receita perfeita para a paralisia: muito ruído, pouca articulação, quase nenhuma prioridade coletiva. Na Câmara dos Deputados, o projeto de anistia ampla, geral e irrestrita circula com apoio expressivo do Centrão — estimativas falam em algo acima de 280 votos. Davi Alcolumbre, no Senado Federal, reage dizendo que só aprovaria uma anistia “light”, que, por sua vez, não atende à base bolsonarista. De fato, a situação das lideranças das duas Casas legislativas é delicada. De um lado, Hugo Motta está sendo empurrado a votar o projeto de anistia. Do outro, Alcolumbre terá, adiante, de lidar com a questão.

“Setembro começa como terminou agosto: com uma agenda cheia de conflitos e carente de respostas”

De fora, chega a mensagem de que uma anistia aprovada suspenderá automaticamente sanções externas. Não é bem assim. Na melhor das hipóteses, uma anistia — cujos efeitos levariam meses para serem reconhecidos e validados — abriria um canal de negociação com o governo americano; não elimina, por gravidade própria, medidas unilaterais já adotadas ou em curso. Enquanto isso, o país acompanha, em suspense, suspeitas de novas sanções tarifárias e políticas do governo Trump, o que adiciona incerteza sobre comércio exterior, câmbio e apetite por risco. Vale destacar que a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita deve permanecer por um bom tempo na pauta política.

Por baixo desse calor, corre o drama fiscal: receitas pressionadas, despesas rígidas, renúncias que teimam em crescer e uma pauta orçamentária que exige decisões impopulares. A sobreposição de crises — cibernética, regulatória, diplomática e partidária — contamina o andamento da agenda relevante para os cofres públicos. Sem previsibilidade, pioram as expectativas e encarece o custo de carregar o eterno “risco Brasil”.

Publicado em VEJA de 5 de setembro de 2025, edição nº 2960

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