Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Continua após publicidade

O cenário de fim de ano

Há mais sinais positivos do que negativos no horizonte

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 09h46 - Publicado em 1 out 2023, 08h00

Para começar, devemos dizer que o cenário do segundo semestre é bem melhor do que imaginávamos no início do ano. Em janeiro, muitos — como eu — pensávamos que ia acontecer uma crise que combinaria inflação, desemprego e desaceleração econômica. Tudo decorrente de uma soma de fatores e indícios que se mostravam evidentes, entre eles, a desconfiança com a equipe econômica, as declarações antimercado de lideranças políticas, os efeitos dos juros elevados, a desconfiança de empresários com a conjuntura e, sobretudo, a desconfiança em relação à sobrevivência das reformas realizadas nos últimos anos.

No entanto, uma série de fatores positivos terminaram prevalecendo. A inflação deu sinais de arrefecimento, os ataques à autonomia do Banco Central terminaram ficando em palavras frouxas, o agronegócio bombou com as exportações, um marco fiscal foi aprovado e as reformas, até aqui, estão protegidas. Além do mais, a equipe econômica desceu das nuvens ideológicas para a dureza da realidade de pilotar uma economia complexa, sofisticada e plena de desafios. E está se saindo muito bem.

Para o final do ano, temos mais sinais positivos do que negativos. Começamos pelas perspectivas de crescimento: a equipe econômica prevê 3,2% de crescimento do PIB para este ano. Caso isso seja atingido, é um número excepcional, especialmente pelas expectativas modestas do início de 2023. O PIB cresce pela força do agronegócio, pelo impacto do programa Desenrola, que favorece a negociação de dívidas, e, ainda, pela queda da inflação. Destaco também a retomada de investimentos em infraestrutura, que aponta um ciclo virtuoso de investimentos.

“Zerar o déficit fiscal em 2024 seria mais do que a cereja no bolo”

O cenário só não é de “céu de brigadeiro” por causa da desconfiança com a questão fiscal no ano que vem. O mercado, de forma generalizada, não acredita que o déficit fiscal será zerado em 2024. Para tal, haveria que se obter arrecadação de quase 170 bilhões em receitas extras, o que, no momento, parece improvável. Muitas das receitas previstas são incertas e ainda dependem de aprovação de leis no Congresso. Existem também dúvidas com relação ao Orçamento e à arrecadação esperada com decisões do Carf.

Continua após a publicidade

Para o investidor, porém, descumprir a meta não é gravíssimo. Obviamente, zerar o déficit fiscal em 2024 seria mais do que a cereja no bolo das boas expectativas. O Brasil daria um salto de qualidade que repercutiria positivamente no apetite para investir no país. Caso não ocorra o déficit zero prometido, o mercado observará se a curva de endividamento está sendo reduzida de forma consistente.

Politicamente, a minirreforma ministerial ainda não terminou. Continua um jogo de xadrez misturado com truco, no qual se promete muito e se entrega pouco. De lado a lado, o que termina por gerar alguma tensão política. Os poderes Executivo e Legislativo, porém, estão olhando na mesma direção no que se refere ao crescimento com alguma responsabilidade fiscal. Vale destacar que a presidência de Luís Roberto Barroso no STF, que ora se inicia, tem uma visão de buscar um bom ambiente para investimentos no país e de segurança jurídica. Enfim, o Brasil do final do ano é bem melhor do que parecia ser — nem mar revolto nem céu de brigadeiro, mas com evidentes sinais positivos.

Publicado em VEJA de 29 de setembro de 2023, edição nº 2861

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.