Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Reflexões para um Brasil pós-Covid

As lições e os ensinamentos que a pandemia vai nos deixar

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 13h24 - Publicado em 7 nov 2021, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 24: Nurse-in-training Julia Ramos prepares to vaccinate a person at a COVID-19 vaccination clinic at Museu da Republica (Museum of the Republic) on May 24, 2021 in Rio de Janeiro, Brazil. COVID-19 has now killed more than 1 million people in Latin America and the Caribbean, with nearly half of those killed in Brazil. Only three percent of the population of Latin America have been fully vaccinated against COVID-19. Health experts are warning that Brazil should brace for a new surge of COVID-19 amid a slow vaccine rollout and relaxed restrictions. Nearly 450,000 people have been killed in Brazil by COVID-19, second only to the U.S. (Photo by Mario Tama/Getty Images)
    RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 24: Nurse-in-training Julia Ramos prepares to vaccinate a person at a COVID-19 vaccination clinic at Museu da Republica (Museum of the Republic) on May 24, 2021 in Rio de Janeiro, Brazil. COVID-19 has now killed more than 1 million people in Latin America and the Caribbean, with nearly half of those killed in Brazil. Only three percent of the population of Latin America have been fully vaccinated against COVID-19. Health experts are warning that Brazil should brace for a new surge of COVID-19 amid a slow vaccine rollout and relaxed restrictions. Nearly 450,000 people have been killed in Brazil by COVID-19, second only to the U.S. (Photo by Mario Tama/Getty Images) (Reprodução/Getty Images)

    A pandemia de Covid-19 parece entrar em seu ciclo final. Agora, a vacinação e as práticas de higiene e de distanciamento social devem prosseguir derrubando o número de óbitos. Que assim seja. A sensação de normalidade deve ganhar corpo com a volta de eventos presenciais importantes. Que reflexões devemos fazer sobre a saída da Covid-19 do centro da cena cotidiana? As primeiras devem se relacionar ao que se descobriu com a pandemia. As demais dizem respeito ao que devemos priorizar daqui para a frente.

    A primeira descoberta refere-se à importância da economia informal na dinâmica econômica do país. Pelo menos 39 milhões de brasileiros estão na economia informal. Talvez o número seja até maior. Tal constatação foi o que motivou a oferta de auxílios emergenciais além do Bolsa Família, impedindo uma tragédia econômica total.

    A segunda descoberta foi que o Brasil deve muito ao seu Sistema Único de Saúde e à nossa cultura de vacinação. Sem o SUS e sem a capacidade de vacinar, o desastre certamente teria sido pior. A terceira é que o Brasil foi altamente incompetente ao lidar com o problema, mesmo sendo avisado com tempo hábil para evitar a escalada de mortes. O número de óbitos poderia ser significativamente menor se tivéssemos começado a vacinação mais cedo.

    A quarta descoberta é que o Brasil pode ser bastante eficiente com o trabalho a distância devido à sua infraestrutura de comunicações — que não colapsou, apesar da sobrecarga de utilização — e à capacidade de adaptação do brasileiro às circunstâncias adversas.

    Continua após a publicidade

    “Burocracia, sistema tributário complexo e falta de competitividade geram desigualdade, desemprego e precária distribuição de renda”

    A quinta descoberta é que temos a certeza de que o considerado normal daqui para a frente não será igual ao considerado normal até então no mundo. Sobretudo pelos impactos econômicos, sociais, urbanos e políticos gerados pela disseminação do novo coronavírus.

    Assim, o Brasil pós-Covid deve se preparar para lidar com as sequelas da pandemia, bem como com as questões preexistentes agravadas por ela. No campo econômico, a criação de políticas sociais mais robustas deve ser prioridade. Ainda que estejamos preocupados com a questão fiscal, não haverá paz social sem distribuição de renda.

    Continua após a publicidade

    A distribuição de renda deve ocorrer em vários níveis. Não apenas a partir da distribuição de Bolsa Família, mas também pelo destravamento do ambiente de negócios. Não existe melhor política social do que o emprego. Hoje há uma justificada preocupação com a implantação de políticas de auxílio emergencial. Mas ela deve ser acompanhada de medidas de redução da carga tributária tendo em vista o consumo, de desburocratização do investimento e de contratação de mão de obra.

    O Brasil deve se transformar em um paraíso fiscal no sentido de que os impostos sejam fáceis de pagar e atraiam investimentos. Países que têm carga tributária baixa e são desburocratizados possuem elevadas taxas de emprego, prosperidade e melhor distribuição de renda. O caminho está claro. Burocracia, sistema tributário complexo e falta de competitividade geram desigualdade, desemprego e precária distribuição de renda. Por fim, o Brasil terá um árduo trabalho de se recolocar perante o mundo após a destruição de nosso soft power por causa de atitudes obscurantistas, negacionistas e ambientalmente inconsistentes, além de não sabermos comunicar o que fazemos de bom. Será um imenso desafio que exigirá perícia e competência de nossa sociedade e de nossos políticos.

    Publicado em VEJA de 10 de novembro de 2021, edição nº 2763

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.