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Negócios, Mercados & Cia

Black Friday: brasileiro antecipa as compras de Natal, mostra pesquisa

Dos entrevistados, 64% veem a data como oportunidade para garimpar ofertas; veja outras informações nesta semana agitada também pela Copa do Mundo

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 nov 2022, 09h00

Aproveitando o calendário, o brasileiro das “lembrancinhas” mudou de estratégia e vai aproveitar a Black Friday, nesta semana, para antecipar as compras de Natal e fim de ano. É o que mostra a 5.ª edição de pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a PiniOn.

Pela sondagem, 82% dos entrevistados pretendem gastar mais do que em 2021. O consumidor também admite se planejar para as promoções (93%), e declara que vai pesquisar produtos e preços (98%). Dos entrevistados, 74% pretendem aproveitar alguma oferta antes da data oficial da Black Friday.

Boa parte (83%) dos entrevistados vai se arriscar nas promoções deste ano e gastar, em média, R$ 1.147,04. O consumidor irá destinar aproximadamente 64% das compras da Black Friday para presentes de Natal e fim de ano – em média, R$ 729,95. Além disso, a maioria das compras será destinada a uso próprio, e a preferência é por vestuário (63%), eletrônicos (59%) e eletrodomésticos (49%).

O estudo entrevistou 700 consumidores em todo o País, e teve como objetivo quantificar aspectos relacionados a hábitos e intenção de compra e a opiniões sobre a Black Friday. “Teremos uma Black Friday de muito trabalho, mas os resultados irão compensar”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC.

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Crescimento – Os lojistas apostam em forte crescimento de vendas durante a edição deste ano da Black Friday. Pesquisa feita pela Cartpanda, que faz o gerenciamento de lojas virtuais, indica uma alta entre 35% e 40%. “Pelo movimento que observamos nos últimos anos com os clientes que utilizam a nossa plataforma, a Black Friday tende a movimentar o comércio cada vez mais. É perceptível como a data tem crescido a cada ano”, explica Lucas Castellani, CEO e fundador da startup. “Agora em 2022, também não podemos ignorar a Copa do Mundo, o cenário mais consolidado do varejo digital e o aumento das atividades no setor de serviços.” No ano passado, a Black Friday movimentou cerca de R$ 4 bilhões apenas no comércio eletrônico, e gerou mais de 5,6 milhões de compras, segundo a empresa de dados Neotrust.

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Embalagem – Indústrias do ramo tem sua produção ainda mais intensificada nesta fase do ano. Na Mazurky, indústria de embalagem de papelão ondulado, instalada em Mauá (SP), o diretor Eduardo Mazurkyewistz conta que os setores com maior demanda são eletrônicos, cosméticos, brinquedos e vestuário. “A Black Friday deste ano, junto da Copa do Mundo e mais a liberação da primeira parcela do 13.º salário, que deve ser paga até o dia 30, nos deixam otimistas quanto ao aumento das vendas”, diz o empresário. Em novembro do ano passado, Mazurkyewistz conta que a fábrica teve resultado 12% maior do que no mesmo período de 2020. Agora, a expectativa é de que esse percentual seja superado de novo.

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O especialista em e-commerce Rodrigo Maruxo fala à coluna sobre a Black Friday e “armadilhas” da data

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A Copa do Mundo ajuda ou atrapalha nas vendas nesse período?

A Copa provoca emoções variadas no consumidor. De forma geral, essas emoções são muito mais positivas do que negativas, com o cliente tomado por uma maior leveza, descontração, orgulho de pertencer e otimismo (segundo o Datafolha, 54% dos brasileiros acreditam no hexa). Essas emoções positivas, historicamente, favorecem a motivação ao consumo (principalmente, a compra por impulso). Essa tendência segue muito forte, puxada também pela comunicação massiva da Black Friday, e se apoia na possibilidade real de um bom desempenho inicial da seleção brasileira neste mesmo período. A contrapartida, que pode atrapalhar as vendas, são emoções negativas motivadas por um eventual desempenho pífio da seleção. Essas emoções tendem a inibir naturalmente a disponibilidade ao consumo, colocando o cliente em estado emocional defensivo e muito mais racional. Finalmente, nos dias de jogo do Brasil, o consumo em lojas físicas pode sofrer impacto negativo motivado por uma menor presença de consumidores ao longo do dia nas lojas, mas as marcas que já atuam com seus canais de e-commerce podem segurar o fluxo de vendas com maior normalidade, mesmo com lojas mais vazias ou até fechadas.

No Brasil, o Black Friday ganhou fama pelo “tumulto” de consumidores em grandes lojas de varejo ou mesmo por “golpes de descontos”, que, na verdade, não são verdadeiros. A imagem a priori ruim desse momento de vendas antes do Natal prejudica?

Quando a Black Friday se popularizou não só na internet, mas também nos canais físicos, ganhando proporções significativas, naturalmente vieram junto aqueles que fazem bagunça no mercado, o que motivou a brincadeira de chamar a data de “Black Fraude”. Pela nossa experiência, atuando com campanhas de BF desde a primeira ação no Brasil, o que temos visto é que, conforme o consumidor vai se educando e amadurecendo no entendimento da data, essa imagem negativa vem perdendo força. Como as ofertas reais e justas são em número muito maior do que as fraudulentas, a imagem da Black Friday segue positiva e crescendo a ponto de já ser a data mais relevante em vendas no e-commerce, ultrapassando o próprio Natal, por exemplo. A tendência é, a cada ano, o consumidor aprender ainda mais sobre como fazer boas escolhas e ter experiências de consumo cada vez melhores, consolidando de vez esta data no coração do público.

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