Investimentos: os melhores desempenhos entre 2023 e 2024
Depois de amargar anos na lanterna dos investimentos, os criptoativos se recuperam e podem se manter no topo dos investimentos também no ano que vem

O ano não foi para os amadores. Guerras no Oriente Médio, países como a poderosa Alemanha em crise econômica, a eleição de Trump nos EUA que promete colocar o mundo numa nova disputa comercial ainda mais acirrada e desigual. Por aqui, o pacote de “contenção” de gastos (o governo tem evitado, a todo custo, falar em “corte”) foi recebido com ceticismo, o que ajudou a empurrar ativos como dólar e juros um pouco mais para o alto. Tudo isso, obviamente, mexeu com o ganho final dos investidores no mercado financeiro. Nessa corrida, os criptoativos e o ouro aparecem até aqui com os melhores retornos, segundo levantamento da Trading View, uma empresa de inteligências de dados. A conta considera a variação de preços entre 31 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.
Moeda mais famosa entre os criptoativos, o Bitcoin apresenta a impressionante valorização de 177,72%, passando de R$ 209.177 para R$ 580.925. Esse desempenho pode ser atribuído à crescentefacilidade das criptomoedas no mercado financeiro e ao aumento do interessepor investimentos alternativos em um ambiente econômico volátil. Mas o ganho também reside na análise de que Trump vai promover uma grande desregulamentação do setor, que deu apoio ao candidato Republicano durante a campanha eleitoral. Nesse sentido, a primeira “vítima” da nova política americana será o ainda presidente da SEC (congênere da nossa CVM), Gary Gensler, que deverá ser substituído por Paul Atkins, nome de confiança de Trump. “A vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA e a maioria que ele assegurou na Câmara e no Senado favorecem o mercado de cripto porque alivia na parte regulatória”, afirma Axel Blikstad, Ceo da B2V Crypto, uma das maiores empresas de criptoativos do País. “Além disso, a equipe de Trump está sendo formada com especialistas nesse mercado, o que também favorece um melhor desempenho para 2025”.
O ouro também não fez feio, com uma valorização de 58,25% , subindo de R$ 10.004 para R$ 15.831 a onça. Tradicionalmente considerado um ativo seguro, o ouro se beneficia daincerteza econômica global e da inflação crescente, atraindo investidores embusca de proteção contra a volatilidade dos mercados financeiros. Essatendência reflete a busca pela segurança em ativos tangíveis, especialmenteem tempos de instabilidade política e econômica.
O dólar, por sua vez, teve uma valorização de 23,16%, aumentando de R$4,8501 para R$ 5,9735 (pela cotação da taxa Ptax Banco Central). A alta do dólar é frequentemente influenciada por fatores como a política monetária dos Estados Unidos e a demanda global porreservas em moeda forte. O aumento do valor do dólar pode ser visto como umreflexo das expectativas em relação à taxa de juros nos EUA e sua influêncianas economias emergentes, incluindo o Brasil.
Por outro lado, o Ibovespa, principal referência na Bolsa no País, apresentou um desempenho negativo, com queda de 4,86%, caindo de R$ 134.185 para R$ 127.667. Essa quedapode ser atribuída a uma série de fatores internos e externos que impactaram omercado acionário brasileiro, incluindo a instabilidade política e as flutuaçõesnas taxas de juros.
Finalmente, os índices CDI e IMA-B mostraram-se menos atrativos no períodoanalisado, embora o CDI tenha apresentado uma variação positiva de 9,85%. Já o IMA-B teveuma variação de apenas 0,19%. Para quem não conhece, o IMA-B , ou Índice de Mercado ANBIMA – série B, reflete o desempenho de uma carteira de títulos públicos atrelados à inflação, especificamente os títulos do Tesouro Nacional conhecidos como NTN-B (Notas do Tesouro Nacional série B), ou Tesouro IPCA+. Este índice é fundamental para investidores que buscam proteção contra a inflação, pois os títulos que o compõem são projetados para oferecer rentabilidade que acompanha a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais um fixo adicional, garantindo assim que o investidor mantenha seu poder de compra ao longo do tempo.
Ao fim e ao cabo, a análise do desempenho dos ativos revela um panorama específico onde criptomoedas e ouro se destacam como opções interessantes para investidores em busca de retornossignificativos, em meio à volatilidade do mercado. Em contraste, o Ibovespaenfrentou desafios que refletem as complexidades da economia brasileira,enquanto ativos mais como CDI e IMA-B permaneceram conservadores em umambiente incerto. Os criptoativos podem ser uma opção para diversificar a carteirade investimentos. Mas nunca é demais ressaltar: trata-se de uma opção mais volátil que ações em Bolsa de Valores ou mesmo o dólar. Faça as suas apostas.
Ativo | Variação | 31/12/ 23 (R$) | 30/11/24 (R$) |
Bitcoin | 177,72% | 209.177 | 580.925 |
Ouro BRL | 58,25% | 10.004 | 15.831 |
Dólar | 23,16% | 4, 8501 | 5,9735 |
CDI | 9,85% | – | – |
IMA-B | 0,19% | – | – |
Ibovespa | -4,86% | 134.185 | 127.667 |
Fonte:TradingView |