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Negócios, Mercados & Cia

Marketplace corre atrás de brasileiros sem plano de saúde

Plataforma mira 150 milhões que dependem do SUS

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 ago 2022, 10h00

Com longa experiência no mercado financeiro – com passagem, por exemplo, pela Hedging-Griffo (posteriormente Credit Suisse Hedging-Griffo) -, Rubem Ariano está à frente da Filóo Saúde, uma healthtech que mira os brasileiros sem acesso a planos de saúde.

E esse público em potencial é enorme: segundo dados da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), o Brasil tem hoje cerca de 150 milhões de pessoas que dependem quase exclusivamente dos serviços do SUS.

O modelo de negócios escolhido por Ariano foi o de um marketplace para reunir  diversos serviços de saúde, como consultas, exames laboratoriais e farmacêutico. Ariano falou com a coluna sobre os planos da sua empresa.

Qual a diferença da sua empresa para outros aplicativos de consultas médicas?

Até o momento, os aplicativos mais comuns são os que possuem sua própria rede de atendimento médico. Já outros funcionam como uma lista de especialistas, onde é possível encontrar nome, especialidade e os contatos. A partir dessas informações, a pessoa liga e marca sua consulta, mas sem o benefício dos descontos. Na Filóo, por se tratar de um marketplace “puro”, ou seja, sem a necessidade de se pagar para se cadastrar e sem termos vínculo exclusivo com determinada rede de clínicas ou de laboratórios, o cliente tem a possibilidade de verificar na nossa rede de parceiros o que melhor se adequa à sua necessidade, facilitando o acesso a consultas com especialistas, exames e medicamentos com descontos que chegam a 85%.

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Como a empresa se mantém? Ou seja, como ela se paga e tira seu lucro?

O modelo de negócio da Filóo Saúde gera receita sempre que há uma transação, como a realização de uma consulta com agendamento feito pela plataforma, e através das mensalidades das assinaturas dos clientes que contratam serviços adicionais de nossos parceiros externos, como os de telemedicina, em parceria com o Einstein Conecta, o auxílio psicológico por telefone, entre outros. A Filóo faz parte do movimento de mudança de cultura da população, visando a prevenção com foco no cuidado em saúde, e não tratar somente a doença. Com esse novo comportamento, em expansão no Brasil, a Filóo Saúde deve fechar o próximo ano com mais de meio milhão de pessoas em sua base. 

Se esse mercado crescer, vai tirar receita de quem: dos planos de saúde, dos hospitais?

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Claro que ele pode, como uma alternativa, mudar a forma de se acessar saúde e, assim, ter algum impacto em partes do sistema de saúde. Mas, na verdade, ele é principalmente complementar e sinérgico aos de planos de saúde, hospitais, redes de farmácias e seguradoras.

Acredita que o modelo atual dos planos de saúde ficou defasado?

Importante destacar que a Filóo não é um plano de saúde e não concorre com eles. Nossa healthtech é uma alternativa que proporciona acesso ao cuidado com a saúde a baixo custo. Ao mesmo tempo, os planos de saúde vêm se modernizando e procurando formas de otimizar seus recursos. Na prática, nós ajudamos tanto a diminuir a fila no SUS – já que se tratam de clientes que dependiam exclusivamente do serviço público e que perceberam que têm condições de realizar consultas e exames com descontos através da Filóo – quanto somos alternativa complementar e sinérgica às operações dos planos de saúde e também de redes de farmácias, hospitais e seguradoras.

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Qual o foco da empresa?

O Brasil tem hoje 49,7 milhões de beneficiários de planos de saúde. Ou seja,  74,33% das pessoas dependem do SUS, segundo os dados mais recentes da ANS. Sendo assim, o Brasil tem atualmente mais de 150 milhões de pessoas sem cobertura de plano de saúde, que são o principal público-alvo da nossa empresa.

Como atuamos com foco na atenção primária, onde estão entre 80% e 90% das necessidades de saúde ao longo da vida dos brasileiros, para as pessoas que deixaram de pagar os planos de saúde os nossos serviços possibilitam o acesso a uma grande parte dos casos, funcionando como a “porta de entrada” do cliente aos cuidados médicos. Ou seja, a Filóo existe para atender a essas pessoas que não podem pagar um plano de saúde para o atendimento com um especialista, mas possuem renda que permite pagar por serviços particulares de qualidade, como uma alternativa ao atendimento do SUS.

 

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