PIB paulista torce por Tarcísio na Presidência em 2026
Elite empresarial demonstra preferência pelo atual governador do Estado, ignora Bolsonaro e vê Lula sem chances de se reeleger

Faltando menos de dois anos para a próxima eleição presidencial, banqueiros e empresários paulistas começam a se inclinar por um nome. E esse nome, neste momento, é o do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, filiado ao Republicanos.
Publicamente, Tarcísio tem evitado se colocar como presidenciável. Ele já afirmou que está “focado nas questões de São Paulo” e que seu “caminho para 2026 é continuar em São Paulo e fazer um bom trabalho para ajudar um grupo (da direita) a chegar à Presidência da República“. Acrescenta que, por lealdade a Jair Bolsonaro, poderia apoiar o ex-presidente ou um nome indicado por ele para a disputa.
Para todos os efeitos, Bolsonaro está inelegível até 2030, mas o ex-presidente ainda sonha em conseguir apoio para dois projetos apresentados por seu partido, o PL, na Câmara para flexibilizar as regras da Lei da Ficha Limpa. Nessa costura política, empresários e banqueiros disseram à coluna que não tem passado despercebida a relação cada vez mais próxima entre o governador paulista e Roberto Campos Neto, que deixou a presidência do Banco Central no início do ano. Por isso, já há quem o veja no mínimo como ministro da Fazenda num eventual governo Tarcísio ou até mesmo como vice na chapa do atual governador paulista.
No ano passado, Campos Neto se envolveu numa saia justa (mais uma) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que circulou a informação de que, num evento fechado em São Paulo, Campos Neto já teria recebido o convite do próprio Tarcísio. Ambos negaram a conversa. O ex-presidente do BC ainda terá de cumprir seis meses de quarentena. Ou seja, tem o tempo a seu favor para qualquer decisão.
Sobre o governador paulista, um banqueiro disse que ele “tem bom senso, é competente, honesto, trabalhador e com visão correta do mundo atual”. Para um empresário, “a criatura é melhor que seu criador”, numa referência a Bolsonaro. Contaria a favor de Tarcísio uma visão econômica ortodoxa e uma linha de governo mais liberal.
E Lula? Para a elite empresarial paulista, o presidente não deve disputar uma nova eleição. E, se disputar, a tendência seria perder a disputa. Argumentam que Lula vai enfrentar nos próximos meses desgastes com a piora da economia, sem fôlego para voos maiores na medida em que a inflação e os juros continuarão em alta até o ano que vem. “Lula é passado”, sentencia um grande empresário.