Trabalho: adeus à perfeição; olá ao progresso com auxílio da IA
Pesquisa da Korn Ferry revela tendências para a contratação de talentos, priorizando ação estratégica e uso consciente da inteligência artificial

Em um mercado de trabalho dinâmico, como atrair os melhores talentos e garantir o sucesso dos negócios? A pesquisa “Tendências de Aquisição de Talentos 2025” da Korn Ferry, obtida com exclusividade pela coluna, revela cinco tendências que vão moldar o recrutamento no próximo ano, com insights de mais de 400 profissionais e 40 especialistas do setor.
A principal mudança em relação a 2024 é uma postura pragmática em relação à inteligência artificial (IA). “Em 2024, o foco estava na inovação e integração de novas tecnologias. Em 2025, observamos um movimento mais pragmático: as empresas reconhecem que a tecnologia, por si só, não é uma solução completa e que é necessário equilibrá-la com supervisão humana e alinhamento estratégico”, explica Aline Riccio, diretora de Desenvolvimento de Negócios para a área de RPO e Projetos na Korn Ferry.
A pesquisa aponta que, embora a IA possa realizar tarefas como anúncios de vagas e triagem de currículos, ela está longe de substituir a capacidade humana de identificar talentos e prever o potencial de cada candidato. Além da IA, a pesquisa destaca também outras tendências importantes: foco em habilidades críticas para o sucesso da empresa, em vez de uma reformulação completa das estratégias de contratação; valorização do aprendizado e desenvolvimento como ferramenta de retenção de talentos; atenção na proposta de valor ao empregado (EVP), alinhando discurso e prática; e flexibilidade no trabalho, que vai além do local e abrange a forma como os empregados trabalham e são recompensados.
A sondagem revela que as empresas estão priorizando o recrutamento de profissionais para papéis-chave em áreas como IA, cadeia de suprimentos e produção, buscando um retorno imediato e crescimento futuro. No entanto, o desafio é definir quais habilidades são realmente “críticas” para o negócio. “Muitas empresas ainda lutam para definir quais são as habilidades críticas e como elas se conectam à estratégia do negócio”, ressalta Aline Riccio.
O aprendizado e desenvolvimento ganham destaque como ferramenta de retenção de talentos. Uma pesquisa da Korn Ferry revelou que 67% dos funcionários permaneceriam em uma empresa que oferecesse oportunidades de requalificação e crescimento. Para atrair talentos, as empresas estão investindo em programas de treinamento, parcerias com escolas e métodos inovadores como realidade virtual e gamificação.
Por fim, a proposta de valor ao empregado (EVP) precisa ser autêntica e coerente com a experiência real dos funcionários. Fato é que os candidatos estão mais exigentes e pesquisam o histórico das empresas antes de aceitar uma oferta. “As empresas precisam alinhar suas promessas às práticas reais, garantindo um ambiente de trabalho que valorize de fato seus talentos”, afirma Aline Riccio.