Pode acabar a qualquer momento – ou não – a batalha de despachos travada por desembargadores de Porto Alegre em torno da libertação do ex-presidente Lula.
O desembargador Rogério Favreto mandou soltar Lula, alegando “o fato novo” de ele ser pré-candidato a presidente da República. Nada mais velho. Há mais de um ano que Lula se apresenta como pré-candidato.
Então o juiz Sérgio Moro, que por sinal está de férias, decidiu manter Lula preso, alegando que Favreto não tinha competência para soltá-lo. De imediato, Favreto expediu novo mandato para soltar Lula.
Para outra vez ser desautorizado – desta vez por quem de fato podia, o desembargador Gebran Neto, relator da decisão unânime tomada pelo tribunal de Porto Alegre que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão.
O mais recente lance foi dado por Favreto: desautorizado por Gebran Neto, resolveu desautorizá-lo. E ordenou à Polícia Federal que libertasse Lula no prazo de uma hora. O prazo venceu e Lula continua preso.
A seu modo canhestro, Favreto copiou o exemplo que vem de cima – no caso, do Supremo Tribunal Federal. Ali, ministro decide sozinho a seu gosto e vota contra decisão adotada pela maioria dos seus pares.
Não só: ali, ministro vota hoje de um jeito e amanhã de outro, a pretexto de qualquer coisa ou de nada. E cada ministro se comporta como se tivesse lugar cativo na antessala de Deus.
Favreto é apenas um Dias Toffoli que toma chimarrão. Toffoli toma uísque escocês.