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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Sociedade Artificial

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
30 Maio 2018, 16h36

“Entre esses dois polos de inocência e consciência, de solidão e comunhão, move-se toda a poesia. Homens modernos, incapazes de inocência, nascidos em uma sociedade que nos faz naturalmente artificiais e que nos despoja da nossa substância humana para nos converter em mercadorias, buscamos o homem perdido, o homem inocente”.

Reflexão trazida pelo poeta Octavio Paz em seu livro A Busca do Presente, editora Bazar do Tempo. Questão digna de pensarmos profundamente sobre a pós-modernidade e como estão estabelecidas as relações humanas. Que serão dos nossos filhos e jovens contaminados por essa ideologia da Mercadoria e a perda da “inocência”?

Na leitura de Afinidades Eletivas de Goethe, podemos pensar na dinâmica das relações afetivas, de afinidades, de cumplicidade amorosa e respeitosa. O romantismo não exclui a racionalidade, forma um par onde podemos resgatar a humanidade, o respeito aos sentimentos e paixões. Habitamos numa época onde os humanos se transformaram em coisas, em animais somente, e não em animais-humanos.

Uma das mais belas funções da Psicanálise, isso lido em Freud, é a civilização das pulsões, condição necessária para o crescimento humano, o resgate do homem que ofuscou em seu “autismo narcísico” como costumo falar, a parceria afetiva. A tecnologia e a racionalidade, usadas para fins do mercantilismo é o veneno da alma, a bomba que a qualquer momento explode a pequena partícula de Afeto que ainda nos resta. A poesia, segundo Octavio é poesia de solidão e poesia de comunhão, assim como devam ser as nossas relações afetivas – sozinho-com, alone-together.

O mundo atual está perdendo a dimensão de parceria entre os homens, dimensão essa que torna cada dia mais os indíviduos vazios, depressivos, e embebidos numa ideologia da inveja, gula e voracidade. Volta o tempo do colonizador e o colono, uma dinâmica sado-masoquista, exploratória e escravagista, empurrando as pessoas para um destino incerto, perigoso e destruidor dos direitos humanos.

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Octavio Paz em seu livro lembra: “O que pretende o poeta quando expressa em poemas sua experiência? …através da palavra, através da expressão de sua experiência, busca tornar sagrado o mundo; sacramenta com a palavra a experiência dos homens e as relações entre o homem e o mundo, entre o homem e a mulher, entre o homem e a própria consciência”.

 

Carlos de Almeida Vieira é alagoano, residente em Brasília desde 1972. Médico, psicanalista, escritor, clarinetista amador, membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e da International Psychoanalytical Association

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