Subiu no telhado a indicação do ex-ministro Abraham Weintraub, da Educação, para diretor do Banco Mundial. Nunca antes na história do banco uma indicação foi tão bombardeada dentro e fora do país que a patrocinou. Só Weintraub é que comemora.
Manifestos colhem assinaturas para barrar a ida dele para Washington, onde fica a sede do banco. Assinado, um deles, por diplomatas, intelectuais e artistas como Chico Buarque, os manifestos são dirigidos também a governos de outros oito países.
É que o ocupante da vaga na direção do banco que cabe ao Brasil fala também pelos governos da Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Um nome controverso não interessa a esses países
De resto, se esgota em outubro próximo o mandato do diretor que deveria dar lugar a Weintraub. Neste momento, o cargo está vago. Se o preencher desde logo, daqui a quatro meses Weintraub terá de ser reeleito para um novo mandato de dois anos.
Por que a pressa do governo brasileiro em despachá-lo para lá desde agora? Por que não esperar outubro? Simples: porque ao deixar o Ministério da Educação, Weintraub perderá o direito de só ser processado pelo Supremo Tribunal Federal.
Os processos a que ele responde no Supremo serão remetidos à primeira instância da justiça. Aumentará o risco de um juiz qualquer mandar prendê-lo. Weintraub foi alertado a respeito. E quer deixar o Brasil rapidamente junto com sua família.
Trata-se, em resumo, de uma fuga organizada e sob a proteção do governo do Brasil. Em Washington, Weintraub estará mais protegido. E ainda receberá em dólar o equivalente a 115 mil reais por mês, quatro vezes mais do que ganhava como ministro inepto.