Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

O Leitor

Por Maicon Tenfen Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Lendo o mundo pelo mundo da leitura. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Diferenças e semelhanças entre os cronistas e os romancistas do Brasil

Não deixa de ser curioso que os dois grandes extremos da prosa criativa costumem se tocar sob a pena de um mesmo escritor

Por Maicon Tenfen Atualizado em 24 ago 2018, 20h07 - Publicado em 24 ago 2018, 16h49

Um rápido olhar sobre a imprensa brasileira, abarcando o século XX e boa parte do XIX, revelará a constante e ostensiva presença de cronistas que, nas horas vagas, dedicaram-se também ao romance, o mais braçal dos gêneros literários.

Exemplos temos em Machado de Assis e José de Alencar, em Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz, em João Ubaldo Ribeiro e Carlos Heitor Cony.

Não deixa de ser curioso que os dois grandes extremos da prosa criativa, a crônica e o romance, a primeira tão sucinta e cotidiana, o segundo tão complexo e palavroso, costumem se tocar sob a pena de um mesmo escritor.

É claro que há um abismo entre os dois gêneros, mas ninguém pode negar que também exista uma espécie de simbiose entre a tentação do infinito que é o romance e o cotidiano ligeiro representado pela crônica.

Alguém, acho que o próprio Cony (in memoriam), já disse que tanto o cronista quanto o romancista são peixes que não podem viver fora da água.

Continua após a publicidade

A diferença é que, por viver no aquário, o cronista desfruta de maior visibilidade, daí os seus malabarismos para se manter em evidência e disfarçar a sua irrevogável condição de superficialidade.

O romancista, por sua vez, é um peixe de águas profundas, quase ninguém o vê, por isso costuma surpreender os que decidem segui-lo para descobrir as belezas de um mundo novo e inusitado.

O mais interessante é que tanto o romancista quanto o cronista, cedo ou tarde estafados por sua solidão, sentem uma irresistível necessidade de bater as barbatanas em outras águas.

Continua após a publicidade

Mesmo que corra todos os riscos, chegará o momento em que o peixinho do aquário tentará desbravar o fundo do oceano.

Do mesmo modo, o sisudo peixe das profundezas começará a se perguntar como seria viver, nem que fosse por um tempo, sob as luzes do aquário, na vitrine de um blog ou de uma crônica de jornal.

Mas não devemos encerrar antes de lembrar a antiga máxima musical: “tudo que sobe desce, tudo que vem tem volta”.

Ao fim e ao cabo, graças às experiências conquistadas em outras águas, cada peixe retornará ao seu habitat natural.

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.