A acusação leviana que uniu Caetano Veloso e Chico Buarque na Justiça

Caetano Veloso e Chico Buarque se uniram para processar o deputado federal Gilvan da Federal, do PL-ES, por informação caluniosa. Em 25 de outubro, Gilvan discursou na Câmara dos Deputados e criticou a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, que repassou 15 bilhões de reais do governo federal a recursos de cultura pelo país — quantia que deve alimentar o setor até 2027. Em sua fala, o político recorreu a especulações sobre a vida pessoal dos artistas, afirmando que “destinar 15 bilhões para a cultura é brincadeira” e acusando que os fundos não seriam direcionados para “municípios ou artistas desconhecidos”, mas sim em boa parte para “o seu Caetano Veloso e o seu Chico Buarque fumarem a maconha deles e morarem em Miami nas mansões”. Repetindo seu argumento, Gilvan também citou Daniela Mercury como suposta beneficiária da política, concluindo; “Para você que fez o L, está aí, dinheiro para a Cultura, para esse pessoal que é milionário fumar uma maconha”.

O advogado João Tancredo, representante de Chico Buarque, confirmou a ação a VEJA. Em resposta, o deputado afirmou não ter medo, nem “se acovardar” frente a ninguém, mantendo que continuará expondo “as mentiras dessa esquerda que só quer sugar as riquezas do nosso país”.

A Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura foi aprovada em 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro, apoiado por Gilvan. No dia 19 de outubro, o presidente Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes, lançaram oficialmente o projeto que deve repassar 3 bilhões de reais do Fundo Nacional da Cultura anualmente para estados, municípios e o Distrito Federal, a fim de manter iniciativas culturais já existentes e estimular novas fontes do setor.

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