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O Som e a Fúria

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A cruzada de Olivia Rodrigo em defesa do aborto e métodos contraceptivos

Cantora tem feito parcerias com diversas instituições que desenvolvem projetos informativos durante os shows da turnê do álbum GUTS

Por Amanda Capuano Atualizado em 9 Maio 2024, 11h21 - Publicado em 14 mar 2024, 15h30

Aos 21 anos de idade, Olivia Rodrigo não tem medo de represálias, e se coloca como uma voz ativa na defesa dos direitos reprodutivos femininos. O ativismo ganhou visibilidade esta semana, quando a cantora disponibilizou um kit com pílula do dia seguinte, camisinha e folhetos informativos sobre aborto e contracepção para fãs que compareceram ao show da turnê Guts no estado do Missouri, nos Estados Unidos. Essa, no entanto, não é à primeira — nem a única — ação da cantora em prol da causa. 

Logo que anunciou a GUTS Tour, Olivia lançou também o Fund 4 Good de Olivia Rodrigo, uma iniciativa global “comprometida em construir um futuro com equidade e justo para todas as mulheres, meninas e pessoas que buscam liberdade na saúde reprodutiva.” Com isso, uma parte dos lucros com a venda de ingressos da turnê são revertidos para a instituição, que redistribui os recursos para fundos que garantem o acesso legal ao aborto no país, para “garantir que aqueles mais afetados pelo racismo sistêmico, misoginia e barreiras de saúde possam obter os cuidados reprodutivos que merecem”, diz o site da iniciativa.

O projeto colocou Olivia em contato com diversas instituições locais, que desenvolvem ações na passagem da cantora por suas cidades. No Missouri, por exemplo, a distribuição dos contraceptivos de emergência foi feita em parceria com a Right by You, instituição que ajuda a cobrir os custos e conecta jovens do Missouri à iniciativas que garantem o acesso ao aborto legal fora do estado, fornece métodos contraceptivos de graça e informações sobre direitos reprodutivos. Os kits estavam à disposição em um stand no show, e quem passava por lá recebia informações sobre contracepção e direitos reprodutivos. Stephanie Kraft Sheley, diretora do projeto, disse que Olivia não solicitou especificamente a distribuição das pílulas, mas que convidou o órgão para desenvolver ações no show, e que espera que a ação inspire outros artistas.

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As ações na turnê seguem um posicionamento já exposto por Olivia anteriormente. Em 2022, a cantora chamou Lilly Allen ao palco do Festival Glastonbury e entoou com ela a música Fuck You, dedicando-a aos membros da Suprema Corte que revogaram, um dia antes da apresentação, a lei Roe vs Wade, que garantia o direito ao aborto nos Estados Unidos de maneira ampla. “Estou devastada e aterrorizada que tantas mulheres e garotas vão morrer por causa disso”, disse ela à plateia.

Atualmente, com a queda da legislação nacional, o aborto é proibido ou restrito em 21 estados americanos, incluindo Missouri, onde é permitido apenas em casos de emergência médica, quando há risco de vida da gestante. Os republicanos do estado, inclusive, têm tentado retirar o financiamento da Planned Parenthood, que oferece cuidados de saúde reprodutiva como exames de DST e contracepção, e há o temor de que até métodos como a pílula do dia seguinte virem alvo dos conservadores em alguns locais.

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