A grana pública que Margareth Menezes ganhou para fazer shows no Carnaval
Dois shows da ministra da cultura em Fortaleza e Salvador custaram 640.000 reais aos cofres das duas capitais

A ministra da Cultura e cantora, Margareth Menezes, foi uma das atrações dos carnavais de Salvador, BA, e Fortaleza, CE, deste ano. Segundo informações divulgadas pelas duas prefeituras em seus diários oficiais, os shows da ministra custaram 640.000 reais aos cofres públicos. Os valores foram revelados pelo portal Metrópoles e confirmados pela reportagem de VEJA.
Os valores foram pagos para a empresa Pedra do Mar Produções Artísticas LTDA, que cuida da carreira artística da cantora. Margareth era sócia da empresa, mas ao assumir como ministra, ela deixou a sociedade. A capital do Ceará pagou 350.000 pelo show, e a capital baiana desembolsou 290.000. Vale lembrar que Margareth ganhou menos do que isso e estes valores não equivalem ao cachê dela e, sim, a toda a produção da apresentação. Os valores, no entanto, são superiores ao total que ela ganha bruto por ano como ministra da cultura.
Em uma decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) publicada em março de 2023, ficou decidido que a ministra deveria se “abster de receber remuneração, vantagens ou benefícios dos entes públicos de qualquer esfera de Poder”. Nos últimos meses, porém, esse entendimento foi alterado, permitindo a realização de shows com verba pública de estados e municípios, desde que não fossem mecanismos federais de incentivo.
Para a realização dos shows, a ministra pediu férias durante o período do Carnaval, já que também ficaria vetado realizar shows durante o horário de trabalho.
Procurado, o Ministério da Cultura afirmou que “não responde por assuntos relativos à carreira artística da ministra Margareth Menezes”. A assessoria pessoal da cantora também foi procurada e enviou a seguinte nota oficial:
“Cumpre explicar que a artista está autorizada pela Comissão de Ética da Presidência da República a realizar, dentre outros, shows para empresas privadas, municípios e estados da federação, desde que tais contratações não envolvam recursos públicos federais.
Durante o carnaval, Margareth exerceu sua profissão de cantora fora do horário de trabalho, garantindo que suas apresentações não interferissem nas responsabilidades do seu cargo, seguindo todos os preceitos legais. Os valores são públicos e dizem respeito ao cachê da artista e custos de hospedagem e deslocamento.
Importante destacar que estamos falando de artista de referência Nacional e Internacional, reconhecida como criadora do movimento brasileiro afropop, e seu papel para a Bahia e para nosso País. Este ano festejamos os 40 anos do Axé, um movimento histórico que tem em Margareth Menezes uma de suas expoentes, e que esteve presente em todos os carnavais neste longo período.”
Confira abaixo a reprodução das publicações nos diários oficiais de Salvador e Fortaleza:

