A justificativa de Claudia Leitte para cantar no Carnaval sendo evangélica
Cantora que já foi acusada de intolerância explicou a conciliação pessoal entre a sua religião e a festa popular brasileira

Batizada na igreja Evangélica desde 2012, a cantora Claudia Leitte voltou a falar sobre sua religião e o Carnaval nesta quarta-feira, 24, e justificou a escolha de seguir cantando na festa descrita por fiéis como mundana após a conversão. “Xand é cristão. Carla Perez é cristã. Tem uma galera que se converteu ao cristianismo. A gente trabalha. É o nosso trabalho e é a nossa cultura também. É a minha cultura”, atestou ela durante participação no Flow Podcast
Questionada sobre a existência de algum conflito interno sobre a conciliação, a cantora disse que isso já aconteceu, mas que não é mais um problema. “Já existiu. É um questionamento massa, inclusive pra si mesmo. Porque faz você ficar mais no lugar onde tem que ficar: na sua fé. É um negócio muito doido, porque isso é desse tempo de agora, e eu sou cristã há muito mais tempo”, explicou ela, dizendo que a cobrança hoje é muito mais externa. “É aprender a administrar as vozes que não são da sua cabeça. Porque quando elas passam a ser as vozes da sua cabeça, aí é que dá ruim”, completou ela, reforçando que já teve esse questionamento, mas que ele não existe mais “há muito tempo, graças a Deus”.
Leitte ainda atestou que a sua relação “é com Jesus”, enquanto a doutrina e os dogmas da religião “são das pessoas”. “Eu já tenho essa consciência em mim, sabe? Isso não me faz ser melhor do que ninguém. Me faz mais necessitada ainda dele, porque eu não entendo”, disse ela, atestando ainda que “se esforça para amar” e perdoar o próximo, e que cresceu envolta na cultura baiana. “Eu nunca vive em outro lugar. Eu não tenho nem culpa de ter tanta Bahia e tanta baianidade dentro de mim. Foi Deus que me botou lá”, finalizou ela.
Nascida no Rio de Janeiro e criada em Salvador a partir dos primeiros dias de vida, Leitte se consolidou no axé music — ritmo historicamente ligado a religiões de matriz africana — e sempre fez parte do carnaval. Mais recentemente, no entanto, ela se envolveu em uma série de polêmicas ligadas a intolerância religiosa. No ano passado, virou até mesmo alvo de inquérito do Ministério Público da Bahia (MP-BA) depois de ser acusada de racismo religioso por espectadores de um show em Salvador. Na ocasião, a artista trocou um verso da própria canção Caranguejo, lançada em 2004: ao invés de “saudando a rainha Iemanjá”, entoou “eu canto meu rei Yeshua”, nome de Jesus em hebraico.
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